A Polícia Militar de São Paulo tende a ser cada vez mais dura na repressão a manifestações de rua que se desviarem para a violência. Mas se há um plano de prevenção do caos em curso por parte da polícia, isso não se sabe ao certo. A ação tende a continuar sendo apenas reativa ao início de novos quebra-quebras. Ontem, 56 pessoas foram presas após depredações na zona sul da capital paulista que causaram prejuízos materiais e um congestionamento monstro de 222 quilômetros. Cinquenta foram soltas em seguida.

Falando nesta quarta-feira 16 a respeito do caos na véspera, o governador Geraldo Alckmin disse que o trabalho da PM "não é fácil" em separar "os verdadeiros manifestantes dos vândalos que destróem a cidade com uma violência sem causa".
Alckmin deixou claro que a PM deverá ter um comportamento mais duro diante de novas badernas. A corporação já teve carros revirados e incendiados por Black Blocs.

"Estamos vivendo um fato em que é preciso trabalho sério e que não pode nem permitir vandalismo e nem pode a polícia agir de maneira ilegal. Uma coisa é manifestação e outra é vandalismo, baderna. Democracia é o império da lei. Respeitar o outro, a pessoa, o patrimônio.

Destruir loja, depredar patrimônio público e privado é inaceitável. Isso é crime", disse ele.

Alckmin considerou adequada a ação policial contra os depredadores. "A policia agiu de forma correta e tem sido extremamente cautelosa, mas tem que agir". Questionado sobre a prevenção dessas depredações - os Black Blocs marcam as manifestações por meio de redes sociais -, Alckmin afirmou que o trabalho preventivo é feito a partir do momento em que os policiais acompanham os protestos de perto.

"Você não pode prender porque marcou uma manifestação, mas sim quando comete delito. Estamos investigando para verificar quem são as pessoas, se cometeram outros crimes. As duas coisas são feitas, uma ação local e uma preventiva", disse o governador de São Paulo.

"A polícia ser atacada, loja ser depredada, patrimônios serem destruídos. Isso não é possível."

Em relação à prisão das mais de 50 pessoas na noite de ontem, que já foram colocadas em liberdade, Alckmin ressalvou: "Quem solta não é o governo. A polícia prende quem comete delito, aí cabe ao Judiciário avaliar. O fato de soltar não quer dizer que não vai ser investigado".