Está na hora das redes de televisão, principalmente as que ousam transmitir futebol, exigirem uma qualificação mínima daqueles que vão comentar suas partidas.

Não basta ser um ex-jogador, receber um microfone de presente e sair contando historinhas no lugar de analisar as partidas.

Agora que a Band transmite o campeonato carioca, poderia chamar o Junior e o Juninho Pernambucano, os melhores, para promover um curso de comentarista. Passarem noções básicas, como, por exemplo, jamais interromper os rumos da bola para realizar uma desidratação mental. Como tem feito Ricardo Rocha.

Os comentários são feitos acompanhando o desenrolar das partidas, certo? Parecia óbvio, mas com Ricardo Rocha deixou de ser. É uma engrenagem que começa com o narrador passando a bola para o comentarista e esse dá sequência à jogada sem interromper a compreensão do que está acontecendo em campo.

Athirson faz isso, acompanha a evolução, mas quando passam para o Ricardo esse conta um caso, joga um texto fora do contexto no ar e promove uma confusão mental.

Ele joga um balde de água fria no desenrolar da partida.

A parada para a hidratação física é válida, está calor no Rio e todos param. Jogadores, árbitros, bandeirinhas. Já a desidratação mental, utilizada com a bola rolando por seguidores da seita como Ricardo Rocha, contando casos e situações divergentes à transmissão, interrompe o entendimento técnico e tático que todos procuramos ter.

Melhor que o narrador da Band passe a entregar o microfone ao Athirson, para os comentários, e uma garrafinha de água para o Ricardo, hidratado, refrescar a nossa mente.

Quem sabe todos, narradores, comentaristas e telespectadores matarão a sede de entender os rumos tomados por uma partida de futebol.