(Foto: Fadel Senna/AFP) A Copa do Mundo está intimamente ligada a diversas manifestações por direitos humanos, dos trabalhadores, das mulheres e da causa LGBTQIA+. E não envolve apenas situações envolvendo o Catar, restrito país-sede da edição de 2022. A primeira partida desta segunda-feira (21), entre Inglaterra e Irã, inclusive, foi palco de manifestações de jogadores no gramado e torcedores na arquibancada. Apesar de diferentes, os gestos têm, basicamente, uma mesma missão.

A cerimônia de abertura foi marcada por uma manifestação iraniana. Antes de a bola rolar, quando as seleções estavam perfiladas para a execução dos hinos nacionais, jogadores do Irã optaram por não cantar a canção. A ação foi considerada um protesto a favor dos direitos de mulheres. No país, elas são proibidas de frequentar estádios de futebol. A transmissão também flagrou uma imagem impactante. Uma torcedora foi flagrada chorando e aplaudindo a atitude dos atletas.

Nas arquibancadas, diversos cartazes com as cores do Irã estavam com mensagens pedindo liberdade às mulheres do país. O Irã atravessa uma grande onda de protestos pela morte de Mahsa Amini. A jovem de 22 anos foi detida pela polícia iraniana sob a acusação de violar as regras do país sobre o uso de hijab, tradicional lenço islâmico utilizado para cobrir a cabeça. Nas últimas semanas, jogadores do país se posicionaram de forma favorável às reivindicações.

Antes de a Copa do Mundo começar, a Fifa se mostrou atenta para possíveis protestos das seleções nos gramados. Em carta enviada aos 32 participantes da competição, a entidade máxima do futebol aconselhou os países a se manterem neutros sobre questões políticas. No entanto, o meio-campista Ali Karimi e os atacantes Sardar Azmoun e Mehdi Taremi foram na contramão da recomendação. Nas redes sociais, eles postaram mensagens incentivando as manifestações.