A morte do piloto suíço Dan Morand na manhã desta quarta-feira (22) após saltar da Rampa de Ubá, em Castelo, no Sul do Espírito Santo, durante uma etapa da Copa do Mundo da modalidade esportiva, levantou o debate sobre a segurança da prática. Em cinco anos, pelo menos três mortes foram registrados em acidentes em rampas localizadas no Espírito Santo.

 

Responsável pela parte técnica da Copa do Mundo de Parapente 12 vezes campeão brasileiro da modalidade esportiva, Frank Brown disse que o índice de fatalidade do parapente é menor do que esportes como montanhismo e base jump.

 

"Há alguns anos, o esporte passou por uma revolução no qual o atletas perderam um pouco a performance para garantir a segurança. O parapente deu dois passos atrás para os pilotos ficarem mais seguros. Exemplo disso é que para voar todos os equipamentos utilizados precisam de homologação em relação à resistência e à estabilidade", explicou.

 

Brown disse ainda que o parapente tem diversas medidas, tanto ativas quanto passivas, para aumentar a segurança dos atletas, a exemplo do briefing que é passado para todos os competidores dias antes do mundial.

"Neste briefing a gente apresenta toda a área para o atleta e também especificamente sobre a região que ele voa. Falamos, por exemplo, sobre particularidades do Brasil, que é a possibilidade de encontrar fios, a importância de se afastar de casas e prédios, o que acontece quando encontra um gado, que pode se assustar e atacar, entre outras orientações", explicou.

Apesar de todas as orientações, segundo Frank, o acidentes podem acontecer, mas são raros.

 

 

"Em 10 anos, tivemos pouquíssimas mortes em campeonatos mundiais. O que pode acontecer é um incidente, que é quando o piloto usa o equipamento reserva. Apesar disso, a média é campeonato é ter um ou, no máximo, dois incidentes", disse.

 

 

Mortes no ES

 

Antes da morte do piloto e do resgate de um espanhol que participavam da Copa do Mundo de Parapente na rampa de Ubá, em Castelo, no Sul do Espírito Santo, nesta quarta-feira (22), outros acidentes com morte já foram registrados no estado.

No dia 12 de julho de 2020, o empresário Luiz Bessa, de 34 anos, morreu depois de cair de um parapente durante um voo na região da Pedra do Urubu, no bairro Universal, em Viana, na Grande Vitória.

 

O empresário Luiz Bessa estava em uma aula de parapente quando caiu do equipamento em uma área de mata.

Na época, a defesa de Gleidis Amorim de Azevedo, que conduzia o voo de parapente de Bessa disse que o piloto tem curso para a prática do esporte, mais de 10 anos de experiência e, apesar de não ser associado a nenhuma federação ou entidade, é considerado habilitado.

 

Pan-Americano 2018

 

No dia 2 de abril 2018, durante o campeonato Pan-Americano em Baixo Guandu, no Noroeste do Espírito Santo, outro acidente foi registrado. O piloto Alessandro Heringer de Jesus, de 40 anos, morreu após cair de parapente durante a competição.