O WhatsApp vai finalmente começou a liberar no Brasil o recurso de Comunidades. Segundo a empresa, quem usa o app começará a ver a nova função no aplicativo aos poucos.

Anunciada em abril do ano passado, a funcionalidade não foi implementada no país em respeito ao período eleitoral – na época, a empresa comunicou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que não faria mudanças significativas durante as eleições.

Em outros países, as comunidades do WhatsApp começaram a ser liberadas em novembro de 2022.

O que as Comunidades têm de diferente?

A ideia é reunir grupos relacionados no WhatsApp sob um guarda-chuva.

A comunidade de uma escola, por exemplo, poderia reunir grupos de pais, de organização de uma excursão ou para combinar carona de ida ou volta para a escola.

A mesma lógica pode ser aplicada em condomínios (pode ter um grupo para reserva do salão de festas, reunião de condomínio ou para discutir alguma obra), empresas, que costumam ter grupos de diferentes setores, ou ONGs (Organizações Não Governamentais).

Em comum, todas as comunidades têm um canal sinalizado por um megafone que permite que o administrador mande avisos para todas as pessoas.

O administrador poderá:
• enviar mensagens a todos os membros
• inserir e remover membros e grupos
• criar novos grupos dentro da comunidade
• apagar mensagens ou arquivos de mídia considerados abusivos

O administrador também poderá inserir grupos que ele não faz parte. Obviamente, neste caso, ele não conseguirá ler o conteúdo das conversas.

Da parte dos usuários, eles poderão:
• decidir quem pode adicioná-los a uma comunidade (como já acontecem com os grupos)
• denunciar abusos
• bloquear contatos
• sair da comunidade

Vale ressaltar que as comunidades não vão mudar a experiência quem utiliza o WhatsApp apenas para conversas individuais ou participar de grupos.

No fim das contas, a nova funcionalidade é um jeito extra de organizar grupos relacionados.

Como criar uma comunidade

A partir desta quinta-feira (26), começará a aparecer a opção criar uma Comunidade no WhatsApp.

Basta tocar sobre ela, digitar um nome, fazer uma descrição e começar a adicionar grupos relacionados ao tema.

Ao todo, é possível incluir até 50 grupos em uma comunidade, totalizando até 5.000 membros.

WhatsApp não quer ser rede social

Apesar do recurso comunidades funcionar como muitas redes sociais, por juntar grupos de diferentes tópicos, o WhatsApp diz que não quer ser uma rede social. A empresa defende que trata-se de uma interface para comunicação entre pessoas próximas.

“Enquanto outros apps oferecem conversas em grupo sem limites, desenvolvemos o WhatsApp para atender às necessidades de organizações e outros grupos em que as pessoas já se conhecem. Diferentemente das mídias sociais e outros serviços de mensagens, no WhatsApp não será possível procurar ou descobrir novas Comunidades”, destacou o comunicado da plataforma publicado no ano passado.

Encaminhamento limitado e conteúdos abusivos

O WhatsApp aos poucos foi limitando o encaminhamento de mensagens — conteúdos muito compartilhados passaram a ser marcados e só era possível repassar mensagens para até cinco pessoas ou grupos simultaneamente.

Com o novo recurso de comunidades, as mensagens já encaminhadas poderão ser novamente repassadas apenas para um grupo de cada vez.

A empresa explicou que isso deve reduzir “significativamente a disseminação de desinformação” — contudo, há ainda temores de que a novidade possa aumentar a distribuição de fake news.

Ainda que as mensagens sejam criptografadas (são codificadas de modo que apenas as pessoas envolvidas na conversa possam lê-las), o WhatsApp afirmou na época que vai encorajar que pessoas denunciem comunidades e mensagens problemáticas.

“Sempre que soubermos de comunidades envolvidas em abusos, como distribuição de material de abuso sexual infantil ou coordenação de violência ou tráfico de pessoas, baniremos membros ou admins da comunidade, dissolveremos a comunidade ou baniremos todos os membros da comunidade”, disse a companhia.