O juiz Carlos Madeira Abad, da Vara da Infância e Juventude em Linhares, no Norte do Espírito Santo, investigado por ter assediado sexualmente estagiárias, virou réu em uma ação penal. O juiz já tinha sido afastado do cargo em abril deste ano após votação unânime de desembargadores e responde a um processo administrativo disciplinar no Tribunal de Justiça. A defesa do juiz disse que vai prestar todos os esclarecimentos à Justiça.

As informações foram publicadas com exclusividade pela jornalista Letícia Gonçalves, de A Gazeta.

O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) decidiu, por unanimidade, nesta quinta-feira (1º), receber a denúncia apresentada pelo Ministério Público (MPES) e afastar o magistrado do cargo.

O juiz está afastado das funções desde 1º de dezembro de 2022 por licença médica. O TJES decidiu abrir o PAD no dia 20 de abril de 2023. Logo, o pedido foi antes da abertura do PAD. Em 1º de março de 2023, o pedido de afastamento por questão de saúde foi prorrogado.

Mas os desembargadores ordenaram que o juiz siga afastado das funções até o julgamento final do procedimento administrativo disciplinar mesmo se ele for liberado da licença médica.

Apesar de afastado, a lei garante que o juiz continue recebendo salário.

Além da esfera administrativa, Carlos Madeira Abad é alvo de investigação criminal por assédio sexual. O caso foi entregue ao Ministério Público.

Segundo a colunista, a Corregedoria da Justiça teria recebido "graves suspeitas de assédio sexual por parte do magistrado contra estagiárias do fórum".

O advogado da defesa do juiz, Lugero Liberato, disse que o processo tramita em segredo de Justiça e o juiz Carlos Madeira Abad vai prestar todos os esclarecimentos. A defesa reforçou que o juiz Abad pediu afastamento do cargo no final de 2022 para tratamento médico.