Quando o assunto é sexo, como fazer a parceira sentir prazer? De que forma a estimulação feminina é melhor feita? Será que a posição influencia no orgasmo?

 

As respostas das principais dúvidas nem são tão complicadas assim, mas é que o tema é tão rodeado de tabu que a falta de informação que ele gera é um dos itens que colabora para que mais de 78% das mulheres não consigam se sentir satisfeitas na vida sexual.

 

Essa deficiência refletiu nos resultados de uma pesquisa feita pelo ProSex, programa de atendimento sexual que funciona no Hospital das Clínicas de São Paulo da USP.

 

O levantamento apontou que 78,8% das mulheres brasileiras estão insatisfeitas na vida sexual; 26,2% não atingem o orgasmo; 26,6% têm dificuldade de excitação; 17,8% têm dor ou ardência durante a relação; e 8,2% se queixam de absoluta falta de desejo sexual.

 

"O homem acha que ele por si só é suficiente para dar prazer à mulher. A grande maioria precisa de uma preliminar, em que ela será estimulada para ficar excitada", comenta a sexóloga Virgínia Pelles.

 

Ela explica que fisiologicamente falando a mulher precisa de mais tempo para se sentir animada para o sexo, o que naturalmente alonga o tempo para que seja atingido o orgasmo.

 

A sexóloga fala que o que ela percebe muito é o medo e receio que as mulheres têm de conversar com os parceiros sobre o assunto e também se conhecer.

 

Virgínia exemplifica que em alguns seminários percebe que as próprias meninas precisam conhecer mais o corpo. "Esse é o grande desafio que eu percebo que elas têm.

 

 

Elas precisam quebrar isso lendo, se tocando, se conhecendo. É normal", reitera.

 

IDOSAS

 

De acordo com a especialista, na terceira idade nada muda. "O que já é uma vantagem frente ao homem, já que o homem vai mudando sua forma de sentir prazer ao longo da vida. A mulher não. O que muda é o tecido vaginal, que fica mais ressecado", relata.

 

No entanto, para esse problema, a sexóloga pondera que existem lubrificantes e até cremes para tratamentos mais prolongados que devolvem viço à região íntima.

Para mulheres mais velhas ou mais novas o que não faz diferença é a posição. Na verdade, é um grande mito o papo de que tal jeito é melhor para se atingir o orgasmo do que outro. Virgínia esclarece que é algo muito particular, que a mulher tem que experimentar e ver de que forma ela se sente mais confortável: "Depende do formato do clitóris, pelvis, do tamanho do bumbum... Tem mulher que vai gostar em uma posição e outras que vão detestar. Cada um tem uma posição preferida".

 

FINGIMENTO

 

Para Virgínia, fingir o orgasmo uma vez vai acabar criando um ciclo quase que inquebrável de relação sexual supostamente bem sucedida. Nesses casos, o melhor a se fazer é abrir o jogo e apostar na conversa. Mas, estimular o parceiro para as preliminares também pode ser uma boa.

 

"A mulher tem que se permitir mais, se entender, se tocar, também. Mas isso não tira a responsabilidade do homem. Tem mulher que precisa de estimulação no clitóris para chegar ao orgasmo. Depende muito", reitera. A sexóloga justifica que fingir o orgasmo cria uma máscara na realidade e o parceiro acha que daquele jeito está bom para a mulher. "Só que não está", finaliza.