Um projeto desenvolvido na Penitenciária Estadual de Vila Velha 2 (PEVV 2), no Complexo de Xuri, une ressocialização, sustentabilidade e empatia. Cerca de 80 internos da unidade participam do projeto Sonho de Liberdade, que proporciona o aprendizado e a vivência em uma confecção têxtil. 

 

Desde o mês passado, um novo produto está na linha de produção. Com tecidos oriundos de descarte da confecção de uma empresa parceira e com colchões que seriam encaminhados para descarte, os presos estão confeccionando camas para pets. Na última semana, mais de 50 caminhas produzidas com materiais reciclados foram entregues a uma ONG que cuida de animais em situação de rua. 

 

Além disso, os presos produzem os uniformes utilizados em todo o sistema prisional capixaba. No início da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), os presos do projeto também confeccionaram máscaras para os profissionais da Segurança Pública do Estado.

 

O diretor da unidade, Bruno Nienke Machado, conta que os internos abraçaram a ideia de produzir um item com fins beneficentes.

 

“Muitos presos chegaram a esse projeto sem nunca ter costurado e saem daqui com o conhecimento necessário para atuar na indústria têxtil, tendo noções de corte e costura, estoque, produção, logística e sabendo operar o maquinário. Nessa nova frente de produção, eles têm mais liberdade para criar modelos e estampas e sabem que o resultado do seu trabalho será doado para instituições que cuidam de animais carentes. Já produzimos mais de 50 caminhas no mês passado, todas produzidas com material reciclado”, explica Bruno Nienke.

Conforme prevê a Lei de Execução Penal, os detentos que trabalham são beneficiados com a remição da pena. Dessa forma, a cada três dias de trabalho, um dia é abatido da pena a ser cumprida. Os presos que participam de projetos passam por avaliação realizada por uma equipe multidisciplinar.