Com isso, dá para perceber que o medo de tomar a vacina é bem mais comum do que parece. Com a vacinação contra a Covid-19, e praticamente toda a população recebendo o imunizante, o Olhar Digital preparou um guia explicando algumas coisas sobre a fobia de agulha.

O que causa fobia de agulha?

A Dra. Luciana Siqueira, psiquiatra do Programa de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), explicou que as fobias não têm uma causa aparente, mas algumas são herdadas geneticamente.

“A de agulha costuma ser comum em algumas famílias, mas não sabemos exatamente o movido disso acontecer”. A especialista conta ainda que a fobia de agulha se assemelha com a de barata, a de alguns tipos de objetos e a de dirigir.

Apesar de não termos uma causa específica para as fobias, no caso da aicmofobia, acredita-se que seja uma reação de defesa do corpo humano contra eventuais predadores. “Muitas na natureza vezes a presa sobrevive justamente por conta da reação de medo intenso e trava”, disse.

Quais os sintomas da aicmofobia?

Os sintomas da aicmofobia podem variar de pessoa para pessoa, incluindo a intensidade. Mas no geral, taquicardia, sudorese, medo e sensação de pânico são os mais comuns. Em casos extremos, o paciente pode chegar a desmaiar.

Justamente por conta disso que muitas pessoas com essa fobia deixam de fazer exames de sangue e tomar vacina em determinadas situações. Segundo a especialista, muitas vezes os sintomas aparecem antes de a agulha ser colocada. “Pelo simples fato da pessoa saber que precisa tomar vacina ou tirar sangue ela já pode ficar nervosa”.

Outro destaque é que não necessariamente a fobia é de agulha. Segundo a médica, muitas pessoas possuem fobia de sangue, por exemplo, e associam a agulha ao sangue e por conta disso apresentam sintomas parecidos.

Como aliviar os sintomas?

Como já foi dito, fobia de agulha não é algo incomum, ainda mais para profissionais de saúde que aplicam vacinas todos os dias. Por isso, a recomendação é ir acompanhado e avisar para o aplicador a condição e o grau que os sintomas costumam aparecer.

Em casos mais graves, a unidade pode providenciar um ambiente onde o paciente pode deitar em caso de desmaio. “Os profissionais de saúde estão acostumados, então a gente orienta para a pessoa comunicar o profissional e pedir para tomar em um local que não seja em fila, onde ela pode sentar. Após o procedimento, ela ainda aguarda um tempo até se reestabelecer”.

Tratamento para aicmofobia

A fobia de agulha pode estar associada a outros casos, como ansiedade e síndrome do pânico. Nessas condições, podem ser indicados medicamentos para tratar esses sintomas, que podem aliviar na aicmofobia.

No entanto, segundo a psiquiatra, o mais comum é que, caso o paciente precise de ajuda médica, o tratamento seja feito através da exposição a esse tipo de situação. A ideia é que a pessoa se acostume com a agulha aos poucos, até que a sensação de medo diminua.

“Existem algumas pessoas que procuram o Instituto de Psiquiatria para tratar a fobia de agulha, que possuem casos muito extremos. Não tem medicamento específico, mas o que normalmente funciona são terapias de exposição”, conclui a especialista.