Menor cidade do Espírito Santo, com pouco mais de 4 mil habitantes, Divino de São Lourenço, na região do Caparaó, está maia triste neste final de semana. Dona Maria Cecília Siqueira morreu neste sábado (18), aos 105 anos, completados no último dia 10 de agosto,  em Guaçuí, onde morava com Maria Virgínia, a mais nova de seus 11 filhos.

Recebi a notícia por meio de uma de suas netas, a professora Marluce Siqueira, pela avó inspirada a trilhar os caminhos da Enfermagem. Hoje, é notória doutora na Ufes.

No ano passado, entrevistei a "Madrinha Mariquinha", quando completou 104 anos. Eu estava à procura de pessoas centenárias do Estado para tentar  entender a razão de sua longevidade. 

"Um ser de luz, que inspirou-me a realizar a Enfermagem, parteira que ajudou tantos cidadãos Divinenses (Divino de São Lourenço, região do Caparaó) a chegarem ao mundo. Um exemplo de vida e de amor a vida", escreveu Marluce.

Poucos dias depois da entrevista, dona Mariquinha perdeu dois filhos, Alvarez e Luiz Carlos, que estavam internados com Covid. Ela não sabia da doença dos filhos, mas recebeu a notícia com a mesma resignação que marcou sua vida.

Mineira, Mariquinha mudou-se com o marido farmacêutico Antônio "de Sá" para Divino de São Lourenço(ES), na região do Caparaó, onde criaram uma próspera família. Foi parteira, enfermeira prática e madrinha de metade da cidade.

Seu enorme coração pode ser comprovado por sua família: dos 11 filhos, quatro foram adotivos.