A felicidade não é um ponto de chegada. Ela é caminho. Ela está no caminho. Se olharmos a sociedade atual perceberemos que muitas pessoas vivem mal, sofrem de um mal-estar e de insatisfação. Aumentam as farmácias nas cidades e os livros sobre felicidade, nas prateleiras, são abundantes. Esses fenômenos estão deixando o povo mais saudável e feliz? Certamente não.

 

 

Não há um tempo na história da humanidade que se falou mais de felicidade do que atualmente. O excesso de discurso mostra que a busca por felicidade está na ordem do dia. Todos queremos encontrá-la. Ninguém quer viver angustiado e triste. Queremos respostas as nossas perguntas e aos anseios mais profundos. Muitos estão à procura de migalhas de felicidade. Não conseguem mais ser felizes com as pequenas coisas. Correm atrás de algo, que parece estar sempre a frente e longe de si.  

 

 

A felicidade não é uma meta, mas é uma consequência. Ela é a colheita de tudo aquilo que fui fazendo e vou fazendo. É a colheita que vai acontecendo ao longo da vida. Não é a colheita final. É aquela satisfação e alegria que vamos encontrando no decorrer dos dias, por tudo aquilo que vamos plantando. Felicidade não se improvisa, e nem acontece independente de nossas buscas. Temos uma essência e a felicidade é estar conectado com essa essência, que cada um descobre em si. Essa é uma tarefa minha. Quando busco fazer o bem, ser ético, compreender-me como sou e me aceitar, evoluir nos pensamentos e nos padrões de comportamento, ser grato pela vida e honrar minha história e as pessoas com quem compus a minha vida, perceber nas coisas simples a beleza e retirar dali alegria e contentamento, então estou no caminho e a felicidade irá se apresentando pra mim como uma realidade.  

 

 

 

Pessoas mais felizes se sentem mais confiantes e seguras. Não caminham sobre ovos, onde cada pequena coisa parece ser uma ameaça. Felizes não são pessoas que não tem sofrimentos ou que são poupadas dos sofrimentos, das dificuldades e dos obstáculos. As pessoas felizes conseguem ver além da própria realidade e dar um sentido novo e dinâmico ao cotidiano.

 

 

 

 

*Padre Ezequiel Dal Pozzo*