Os economistas do mercado financeiro reduziram de novo a estimativa para o crescimento do PIB neste ano e passaram a prever contração para o ano de 2020, assim como também passaram a esperar um novo corte na taxa básica de juros, a Selic, em maio.

As projeções fazem parte do boletim de mercado, conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

As reduções da expectativa para o nível de atividade acontecem em meio à pandemia do coronavírus, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão.

Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, a previsão, que antes era de um crescimento de 1,48%, passou a ser uma queda de 0,48%. Essa foi a sétima queda consecutiva do indicador. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos. Para o próximo ano, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em 2,50%.

Novo corte na Selic:

O mercado financeiro também passou a prever um novo corte na taxa básica de juros da economia, a Selic, atualmente na mínima histórica de 3,75% ao ano. A expectativa dos economistas dos bancos é de que, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no começo de maio, a taxa seja reduzida em 0,25 ponto percentual, para 3,5% ao ano - e que assim permaneça até o fim de 2020.

Para o fechamento de 2021, a expectativa do mercado para a taxa Selic recuou de 5,25% para 5% ao ano, o que pressupõe alta do juro no ano que vem.

Inflação:

Segundo o relatório divulgado pelo BC, os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação para 2020 de 3,04% para 2,94%. A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%. O intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,5% a 5,5%.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).