Pesquisa revela que a crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus no Brasil já provocou a perda de emprego para 11% das pessoas, reduziu ou vai diminuir a renda de outros 46%, enquanto 56% dos entrevistados afirmam que vão atrasar o pagamento de dívidas. É o que aponta a pesquisa "Os brasileiros e o coronavírus - visões sobre a pandemia e seus impactos econômicos", realizada pela FSB Pesquisa para o banco BTG Pactual.

 

Apesar de reconhecer o forte impacto econômico que as medidas de combate à covid-19 terão, pouco mais da metade dos entrevistados (51%) acha que deve ser total o isolamento das pessoas, enquanto 42% acham que só pessoas em grupos de maior risco devem.

 

Sobre as medidas anunciadas pelo governo, 28% disseram ser pouco suficientes e 8%, nada suficientes. Uma fatia de 37% considera as medidas mais ou menos suficientes, e 27% entendem como muito suficientes (6%) ou suficientes (21%).

 

Emprego e renda

 

A pesquisa mostra que 11% já perderam emprego após a pandemia, enquanto 43% têm medo muito grande ou grande de perder emprego (21% responderam muito grande e 22%, grande). Entre as mulheres, 15% já perderam o emprego; entre os homens, 8%.

 

Para 46% dos entrevistados, já houve redução de renda ou acham que terão redução ou perderão totalmente —15% ficaram totalmente sem renda, 11% tiveram redução parcial. Um grupo de 17% dos entrevistados avalia que terá redução, enquanto 3% acham que perderão totalmente a renda.

 

Impacto na economia

 

Para 84% das pessoas, o impacto da covid-19 na economia será grande (28%) ou muito grande (56%).

 

Com relação ao tempo dessa crise, para 24% dos entrevistados, a crise passa em até três meses. Para 20%, o problema vai durar até seis meses, enquanto 18% projetam um ano de dificuldades, e 19% são mais pessimistas, trabalhando com um cenário em que a situação não se resolve antes de dois anos (8%) ou em mais de dois anos (11%).

 

Mais dívida e menos gastos

 

Para 56% dos entrevistados, será necessário atrasar o pagamento de alguma dívida por causa da situação. Para 69%, haverá necessidade de cortar gastos na família.

 

Entre os entrevistados pelo BTG Pactual/FSB Pesquisa, 69% afirmam que reduziram gastos com o isolamento. Desse universo, 47% afirmam que o grau de redução dos gastos foi médio, 18% teve cortes grandes e 10% apontaram uma redução muito grande.

 

Um grupo de 60% afirma que manteve compra de comida em supermercados, mercearias e sacolões, enquanto 26% reduziram.

 

A pesquisa aponta ainda que 47% reduziram compra de comida pronta, e que 69% mantiveram internet e TV a cabo.

 

O setor que teve mais redução de gastos em compras foi o de roupas. Entre os entrevistados, 64% reduziram despesas nesse setor.

 


O trabalho entrevistou, por meio de telefones fixos e móveis, nos dias 26 e 27 de março, 2.132 pessoas com idade a partir de 16 anos, nos 26 estados e no Distrito Federal.