O isolamento social provocado pela pandemia de coronavírus foi responsável por grandes mudanças no e-commerce e no comércio varejista tradicional. O comportamento do consumidor mudou e os comerciantes tiveram que se adaptar a um novo cenário. Ao longo da pandemia, que teve início no dia 23 de março no Brasil, o país registrou a abertura de 107 mil lojas online durante o período, equivalente a uma nova loja aberta a cada minuto.

Antes da pandemia, o número de abertura de novas lojas online foi de 10 mil no mesmo período do ano passado. Os dados sobre o retrospecto do comércio eletrônico no país antes e durante a pandemia foram levantados pela Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) e publicados em julho deste ano.

Um estudo lançado pela ACI Worldwide revelou que houve um grande aumento de 81% no número de vendas online no mercado varejista global no mês de maio deste ano. Neste ponto, não restam dúvidas entre os especialistas e varejistas que a solução sobre o que fazer para vender mais está no comércio eletrônico e na divulgação de produtos e serviços online.

Mudanças de perfil

Uma pesquisa elaborada pelo CNI (Confederação Nacional da Indústria) apontou que houve um aumento de 43% na compra de eletrônicos, de 31% na compra de bolsas, calçados e acessórios e de 23% na compra de vestuário pela internet no início deste ano. Os dados são da pesquisa Perfil do Consumidor - Consumo pela Internet

Entre os dias 1º de maio e 6 de julho deste ano, a Abcomm em parceria com a Konduto, realizaram a análise do mercado varejista online e divulgaram um estudo conjunto conhecido como E-commerce de Produtos Durante a Pandemia da Covid-19. O estudo revela que no decorrer da segunda semana de quarentena no país, houve um crescimento de 211,95% no número de compras realizadas online. Somente a compra de jogos e brinquedos responderam por uma elevação de 434,70% dos produtos vendidos online no período. Já as compras de supermercado que ocorreram por meio do comércio eletrônico cresceram 270,16% no período.

O estudo também aponta que o Brasil alcançou um faturamento de R$ 3,4 bilhões em vendas online no mês de abril deste ano. Em comparação com o número de vendas online realizado em abril de 2019, o crescimento no número de vendas foi de 81%.

E-commerce pós-pandemia

Com base nos estudos citados anteriormente e em um novo estudo lançado pela SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo), está evidente que o comportamento de compra do brasileiro mudou bastante ao longo da pandemia. Denominado de Novos Hábitos Digitais em Tempos de Covid-19, o estudo aponta que o novo comportamento de compra dos brasileiros deverá se manter após a pandemia de coronavírus ser controlada definitivamente.

O comércio eletrônico varejista está experimentando seu melhor momento desde que as primeiras compras online começaram a ser realizadas há duas ou três décadas. O resultado desta revolução é o aumento de receita para os empresários que enxergaram no relacionamento digital a porta para o sucesso de vendas de produtos e serviços.

Segundo dados levantados e publicados pela McKinsey, houve um aumento de receita de 62% das empresas digitalizadas depois que a pandemia teve início no Brasil. Os dados da pesquisa foram divulgados em maio deste ano. De acordo com a McKinsey, a expectativa é que as vendas continuem aquecidas no modelo digital ao decorrer desta década.

Por estas e outras razões, é fundamental que o empresário enxergue essas mudanças e se prepare para essa nova realidade. A grande demanda de consumidores que realizam compra online e recebem seus produtos em casa não irá abrir mão desse conforto e praticidade. Em muitos casos, o custo de adquirir um produto online é menor em comparação com a compra do mesmo produto em um estabelecimento físico.

Como migrar para o comércio eletrônico?

É fundamental que o empresário esteja preparado para os novos desafios que surgem conforme o perfil do consumidor muda. Após uma boa análise sobre os estudos citados neste artigo e outros estudos que irão embasar ainda mais sua confiança nas vendas online, é muito importante que o empresário fique atento aos seguintes pontos antes de abrir uma loja online:

  • O estoque deve estar em conformidade com a demanda estimada;
  • O setor logístico deve estar preparado para lidar com a demanda estimada ou com um aumento dos pedidos, caso ocorra;
  • Os canais de comunicação com o cliente devem ser simples e assertivos;
  • Todo o processo de venda deve ser seguro.

Para manter um bom fluxo de clientes online em sua loja virtual, é fundamental investir em ações de marketing e manter a publicidade de sua loja sempre com as melhores estratégias. Um exemplo disso, são as lojas online que cada vez mais estão disponibilizando frete grátis, produtos em promoção e na compra de um determinado produto o cliente leva dois.