Nesta segunda-feira (22), as  ações da Petrobras desvalorizaram 21,5%. Os analistas estão revisando suas recomendações sobre os papéis e, inclusive, recomendando a venda. No entanto, no caso dos fundos FGTS-Petrobras , os especialistas orientam os cotistas a pensarem bem, antes de sacar. Quem retirar o dinheiro aplicado nos fundos que investem em ações da estatal terá esse capital depositado novamente no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Por isso, o investidor deve avaliar se prefere continuar investindo na estatal ou ter os recursos geridos pelo fundo do trabalhador.

Em 2000, o governo implementou um programa em que os cotistas do FGTS tinham a opção de aplicar parte dos recursos num fundo de investimento que investia em ações da Petrobras . De lá para cá, esses fundos renderam, em média, 743%, enquanto o FGTS acumulou cerca de 150% de alta, segundo dados da empresa de informações financeiras Economática.

Nos últimos anos, no entanto, a rentabilidade dos fundos FGTS-Petrobras deixaram a desejar. Nos últimos dez anos, o retorno foi negativo (de -7,9%). O FGTS, considerando apenas o rendimento de 3% ao ano (sem Taxa Referencial e distribuição nos lucros), acumulou 46,31%.

Nos últimos 12 meses, os fundos que investem em ações da Petrobras tiveram um retorno médio de -7%, enquanto o FGTS valorizou 3,12%.

Para especialistas, antes de decidir se manter ou não em um fundo que investe em ações , o investidor precisa avaliar se lida bem com oscilações e se realmente acredita que a empresa tem potencial.

"O investidor deve sair da renda fixa e ir para a renda variável quando acreditar que a ação de uma empresa dará mais retorno no longo prazo do que a renda fixa. Então, tudo depende do tempo que a pessoa tem para esse investimento e de sua perspectiva sobre ele", afirma Valter Police, Planejador financeiro CFP.

Além disso, mesmo que o investidor decida que não quer mais investir na Petrobras, esse pode não ser o melhor momento para sair, já que a queda já aconteceu, e não há informações novas sobre o que será daqui para frente.

"Acredito que qualquer movimentação por conta do desgaste com a Petrobras já parece um tanto tardio. O ideal seria acompanhar como será a condução da companhia agora. Usualmente, o mercado reage no começo de forma mais intensa do que o movimento se prova no final", afirma Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.