O presidente Jair Bolsonaro comemorou nesta terça-feira (1º) a manutenção do crescimento da economia brasileira no primeiro trimestre deste ano mesmo sem a presença de programas emergenciais de enfrentamento à pandemia do coronavírus.

O PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre teve crescimento de 1,2% em relação ao trimestre anterior, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

"Lógico que ninguém está falando que vai crescer 6%, mas a previsão aí é no mínimo 4%, que já é um número bastante grande levando-se em conta o uso político por causa da pandemia por parte de alguns", afirmou Bolsonaro em interação com apoiadores no jardim do Palácio da Alvorada transmitida por um simpatizante.

O presidente, então, abordou o crescimento econômico no contexto das mais de 465 mil mortes por Covid-19.

"Lamentamos as mortes, mas, apesar de tudo, o Brasil está indo bem. Graças ao governo federal, porque, se dependesse de muitos governadores e prefeitos, todo mundo estaria em casa, todo o comércio fechado, milhões de empregos destruídos", afirmou Bolsonaro.

Mais adiante, o presidente resolveu tentar explicar porque estava sorridente durante a conversa com a claque, mesmo com a situação sanitária do país.

"Alguns acham, tem gente filmando aqui, vai sair eu rindo. 'Não pode, não sei o quê, o problema, isso acontece'. Se a gente não tentar ser feliz, vai esperar o quê? Eu pergunto: essa pandemia vai acabar quando? Alguém sabe? Vai até as eleições do ano que vem?", indagou Bolsonaro.

Mais cedo, o Ministério da Economia afirmou que a economia brasileira se manteve em crescimento no primeiro trimestre deste ano mesmo sem a presença de programas emergenciais de enfrentamento da pandemia do coronavírus.

Nota técnica produzida pela SPE (Secretaria de Política Econômica) da pasta avaliou o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre, que teve crescimento de 1,2% em relação ao trimestre anterior, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

"A atividade econômica, a despeito do fim dos programas emergenciais do governo federal em dezembro de 2020, e do recrudescimento da pandemia no começo de 2021, permaneceu em trajetória de elevação nos primeiros meses do ano", informou a secretaria.

"A retirada dos estímulos governamentais temporários, tal como defendido por esta SPE, não teve impactos significativos sobre a atividade no primeiro trimestre do ano", disse.

Em audiência pública na Câmara nesta terça-feira, o ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou que o resultado do PIB "sinaliza um crescimento bastante forte da economia" em 2021.

Sem especificar nomes, Guedes rebateu indiretamente a nota produzida pela SPE.

"É claro que o auxílio emergencial teve efeito sobre a economia, ajudou a economia a voltar. Evidente que ajudou. Se algum assistente meu ou secretário meu escreveu o contrário, pode ser que nos modelos deles isso não ocorra, mas é evidente que o auxílio ajudou a economia a voltar", disse o ministro.

Neste ano, o governo optou por não renovar a calamidade pública que vigorou em 2020 e permitiu uma expansão de gastos públicos para o enfrentamento à pandemia. Sem Orçamento aprovado, os programas emergenciais foram interrompidos por mais de três meses.