A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia divulgou, nesta quarta-feira (17), que a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deste ano subiu de 8,4% para 10,04%. O percentual é a base utilizada anualmente pelo governo para corrigir o salário mínimo.

Por isso, caso a previsão se confirme, o reajuste do valor poderá ser maior do que o estimado. Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1.100. Com a nova previsão para o INPC no acumulado de 2021, o valor subiria para R$ 1.210,44 no ano que vem, valor que está R$ 41,44 acima da última proposta oficial do governo para o salário mínimo em 2022, divulgada em agosto, de R$ 1.169.

 

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para cerca de 50 milhões de pessoas no Brasil, das quais 24 milhões são beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Na prática, o valor do salário mínimo não funciona apenas como referência, mas impacta diretamente nas contas públicas. Isso ocorre porque os benefícios da Previdência não podem ser menores que o valor do mínimo. De acordo com cálculos do governo, a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo criou-se uma despesa em 2021 de aproximadamente R$ 355 milhões.