Segundo o Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), a produção de papel e celulose acumula alta de 16,7% em 2022.

 

O Observatório informa que de janeiro a setembro deste ano, o segmento foi o responsável pelo melhor desempenho entre as indústrias de transformação e outros setores industriais do Estado.

 

O bom momento vivenciado pelo setor pode ser atribuído, segundo a economista-chefe da Findes e gerente-executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva, “a uma demanda internacional sólida, que vem sustentando o preço da celulose no mercado externo”.

 

Marina observa ainda que nem mesmo a parada em uma linha de produção na fábrica da Suzano no Estado, programada para o final do terceiro trimestre e o início do quarto, impactou de maneira significativa a produção de papel e celulose.

 

Já os demais setores da indústria de transformação performaram negativamente. Produtos alimentícios registraram recuo de 0,8% nos nove primeiros meses de 2022, metalurgia retraiu 1,2% e produtos minerais não-metálicos -7,2% no mesmo período. A indústria extrativa, por sua vez, contabilizou queda de 17% no acumulado do ano.

 

Para a presidente da Findes, Cris Samorini, os resultados demonstram o desafio e também as oportunidades que o Estado e o país têm pela frente.

 

Para ela, o atual cenário reforça a importância de o poder público olhar para a indústria como um caminho para retomar o desenvolvimento.

 

“O recuo da indústria extrativa, puxado principalmente pelo segmento de petróleo e gás, indica que precisamos cada vez mais diversificar nossa economia e industrializar o Espírito Santo e o Brasil para gerar maior valor agregado aos negócios. Estruturar uma política industrial sólida é fundamental para crescermos e gerarmos mais emprego e renda para a população.”

 

Cris pondera que a Findes tem atuado fortemente para fortalecer as indústrias e garantir que elas sejam competitivas no mercado nacional e global, seja por meio de ações voltadas para a melhoria do ambiente de negócios, para o estímulo a investimentos em infraestrutura e inovação ou com a qualificação da mão de obra.

 

“Mas podemos potencializar o crescimento do nosso setor se mais atores enxergarem a indústria como um motor do desenvolvimento e traçarem, de forma conjunta, estratégias para reindustrializarmos o país.”

 

Para se ter uma ideia, no mesmo período, a indústria geral teve uma retração de 4,9% no Estado e de 1,1% no Brasil, de acordo com dados da Produção Industrial Regional (PIM-PF), divulgados nesta terça-feira (8) pelo IBGE.