O preço de produtos como arroz e óleo de soja aumentou durante a pandemia, mas agora, além de um possível novo aumento nos valores, há risco de que esses e outros itens faltem nas prateleiras devido a problemas na produção das embalagens. 

 

De acordo com João Falqueto, presidente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), há uma preocupação de escassez dos produtos por conta de falta de insumos para a produção de embalagens, que estão ficando mais caras de se produzir. Ele classificou o aumento de preço nos produtos como "inevitável”. 

 

"O aumento no preço já está acontecendo e deve continuar. A indústria que produz resinas paras as embalagens está limitando a oferta. Em alguns casos, a empresa tem o produto pronto, mas não tem a embalagem. Fica faltando algum componente para poder colocar o produto para vender, sejam latas para refrigerantes, caixas ou embalagens plásticas. O setor está empenhado para evitar que as prateleiras fiquem vazias”. 

 

O presidente da Câmara de Alimentos e Bebidas da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Vladimir Rossi, explica que a situação ocorre porque a indústria parou por 90 dias, o que criou um vácuo na produção.

 

"A produção das indústrias parou no início da pandemia, porque achou-se que não fosse ocorrer tanta demanda. Estão faltando tanto embalagens para os produtos quanto aditivos para os próprios itens, como aromatizantes e conservantes. As embalagens que estão sendo produzidas estão de 20% a 30% mais caras, o que impacta o preço do produto final”.

 

Rossi disse ainda que acredita que o problema de desabastecimento e preços altos persista até dezembro. "Creio que só a partir de dezembro a coisa se resolva. Há muita demanda para pouca oferta, o que causou os preços altos”.