A empresa Votu Winds, com sede no Rio de Janeiro e formada por investidores nacionais e estrangeiros, desenvolveu um projeto para a instalação de um parque eólico offshore (no mar) no Sul capixaba, no litoral dos municípios de Itapemirim, Marataízes e Presidente Kennedy. A informação foi confirmada à coluna pelo representante da companhia, Thierry Dor. De acordo com ele, há um trabalho sendo realizado para viabilizar o negócio, mas o projeto ainda é preliminar.

"A nossa política é de primeiro ir aos órgãos oficiais, apresentar os documentos às instituições competentes, para só então divulgar à imprensa, torná-lo público. Não existe caminho definido. É muito difícil afirmar que a gente vai fazer porque depende da avaliação das agências. O que posso te dizer é que existe bastante estudo e estamos fazendo um trabalho para viabilizá-lo", disse Thierry Dor, representante da Votu Winds.

Ainda que o executivo não tenha entrado em detalhes, algumas informações sobre o projeto chegaram a ser divulgadas pelo site especializado em energia "epbr". De acordo com a publicação, que teve acesso a documentos enviados aos órgãos de licenciamento, a Votu Winds “vê a possibilidade de instalação de parques eólicos com 480 MW, em três fases, totalizando 1.440 MW (megawatts) de capacidade instalada”.

NORUEGUESA EQUINOR TEM PROJETO EÓLICO PARA O ES

Além do projeto da Votu, há outro empreendimento voltado para a produção de energia renovável no Estado, o da Equinor. A companhia norueguesa tem em seus planos, conforme informações da Agência Estado, construir dois parques eólicos entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, de 2 gigawatts (GW) cada, por meio dos projetos Aracatu I e Aracatu II, que juntos terão uma potência instalada capaz de abastecer o equivalente a 2 milhões de casas.

O primeiro pretende escoar a energia por meio de cabos para uma subestação no município de Campos dos Goytacazes, no Norte fluminense, já o segundo prevê o escoamento para a cidade de Itapemirim, no Sul capixaba.

MAIS INVESTIMENTOS EM ENERGIA RENOVÁVEL

Para o presidente da Associação Brasileira de Eólicas Marítimas (Abemar), Marcello Storrer, a proposta de mais negócios nessa área é positiva para o setor e importante para estimular investimentos na área de energia renovável no Brasil. Ele pondera, entretanto, que ainda é preciso avançar muito em relação às autorizações e normas para a implantação de parques eólicos offshore.

Outra fonte lembra que o Brasil precisa ter uma diretriz voltada para oferecer mais energia limpa e renovável, mas pondera que será necessário debater e superar algumas discussões, como se esse tipo de atividade pode vir a criar zonas de exclusão para pesca e navegação. Vale lembrar que o Brasil não tem nenhum parque eólico no mar. Existem projetos em avaliação em órgãos como o Ibama, mas nenhum deles prestes a ser viabilizado.

O empreendimento que estava mais avançado na fase de licenciamento, o Parque Eólico Offshore Caucaia, no Ceará, sofreu recentemente uma derrota. Em agosto deste ano, o Ibama recomendou que o pedido de licença prévia feito pela empresa BI Energia fosse indeferido (negado).