Com todas as mudanças comportamentais impostas pela pandemia do novo coronavírus, o setor do turismo foi um dos que mais amargaram prejuízos. As recomendações de isolamento social e a proibição de funcionamento de diversos estabelecimentos como forma de conter o avanço do contágio fizeram com que o volume de serviços das atividades do ramo encolhessem 60% no auge da pandemia, em comparação ao mesmo período do ano passado.

Os dados são do Boletim da Economia do Turismo, realizado pela Secretaria de Turismo (Setur), Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). O estudo foi divulgado nesta quarta-feira (21).

“Os resultados do segundo trimestre de 2020 representam o período completo da pandemia. Então, o impacto foi em cheio nesse segundo trimestre. Por este motivo, se nós compararmos o segundo trimestre de 2020 com o primeiro trimestre, a queda no volume de atividade turística foi de 54,5%, em volume, e, 57,5%, em receita. Se nós compararmos o segundo trimestre de 2020 com o segundo trimestre de 2019, a queda no volume foi de 60%, e, na receita, de 62,9%”, afirmou o coordenador de Estudos Econômicos do IJSN, Antônio Ricardo Freislebem da Rocha.

No Brasil, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e referentes ao segundo trimestre de 2020 mostraram que as atividades turísticas registraram variação negativa de -54,5%, na comparação ao trimestre anterior.

Na comparação com os demais estados brasileiros, o Espírito Santo registrou a quarta menor queda das atividades turísticas, enquanto Ceará, Bahia e Distrito Federal apresentaram as maiores quedas.

Além disso, uma pesquisa realizada pelo Observatório do Turismo com empresários e profissionais autônomos de 29 municípios mostrou que 81,8% das pessoas físicas entrevistadas, a maioria guias de turismo, tiveram a atividade interrompida em 100%.

Já entre as empresas, 50% interromperam a atividade, 30% reduziram até 75% da atividade e 15,5% reduziram até 50%

Para o coordenador de Estudos Econômicos do IJSN, Antonio Ricardo Freislebem da Rocha, a divulgação dos dados representa a importância que o setor de turismo tem para a atividade econômica do estado.

“Os efeitos da pandemia sobre o setor de turismo foram bastante negativos. Impactou, principalmente, aqueles setores voltados à alimentação, transporte aéreo, terrestre, marítimo e todos os setores que compõem as natividades turísticas no estado. Em nível nacional, as quedas desse segundo trimestre de 2020 foram maiores, porque tem alguns estados que apresentaram quedas bem maiores que o Espírito Santo, como a Bahia e o Ceará, estados em que a atividade turística tem um peso maior e mais importante, comparativamente ao Espírito Santo”, pontuou.

O objetivo do trabalho, de acordo com ele, é produzir informação para que a Secretaria tenha um diagnóstico mais exato do setor.

O secretário estadual de Turismo, Dorval Uliana, disse que o estado tem trabalhado em ações de retomada do setor, que envolvem a participação em atividades de promoção do destino, retomada das capacitações dos policiais militares, edital para os guias de turismo e a adequação dos estabelecimentos às normas sanitárias de prevenção ao novo coronavírus.

Convento da Penha, um dos principais pontos turísticos do ES  — Foto: Reprodução/ TV Gazeta