A Federação das Indústrias do Espírito Santo promoveu nesta segunda-feira (18) uma audiência para esclarecer o setor produtivo sobre o processo de desestatização da Codesa, a Companhia Docas do ES. A consulta pública para a concessão foi aberta dia 28 de dezembro, pelo governo federal, e vai até 10 de fevereiro.

O processo prevê investimentos obrigatórios de R$ 1,6 bilhão ao longo dos 35 anos de contrato, sendo R$ 772 milhões destinados à dragagem de manutenção no Porto de Vitória e de Barra do Riacho e mais R$ 290 milhões para melhorias nos acessos terrestres aos portos.

A audiência, realizada de forma presencial e online, foi organizada pelo Coinfra, o Conselho de Infraestrutura da Findes, e contou com a participação da presidente da Federação, Cris Samorini, o secretário estadual de Governo, Tyago Hoffmann, os secretários de Estado de Desenvolvimento, Marcos Kneip, e de Cultura, Fabricio Noronha, o secretário nacional de Portos, Diogo Piloni, o presidente da Codesa, Julio Castiglioni, e o superintendente de Estruturação de Parcerias e Investimentos do BNDES, Cleverson Aroeira.

Representando a Findes, também participaram o presidente do Coinfra, Gustavo Barbosa, o especialista do Coinfra Romeu Rodrigues, o diretor de Defesa de Interesses, Luis Claudio Montenegro, e o chefe de Gabinete da Presidência da Findes, Leonardo de Paula.

 

FLUXO DE CARGAS DEVE DOBRAR

A presidente da Findes, Cris Samorini, destacou o aumento na movimentação de cargas:

“O modelo de concessão desenvolvido pelo BNDES prevê investimentos obrigatórios de R$ 1,6 bilhão ao longo de 35 anos, e o fluxo de cargas no Porto de Vitória poderá dobrar, superando 13 milhões de toneladas ao longo desse período. O Espírito Santo mais uma vez sai na frente, sendo protagonista no primeiro processo de desestatização de portos no país”, disse Cris Samorini.

O secretário Tyago Hoffmann elogiou o processo: “A Findes promoveu um debate muito importante. O governo estadual apoia fortemente essa iniciativa, que fortalece a vocação do Estado para o comércio exterior”.

O presidente da Codesa pontuou: “A história do empreendedorismo capixaba se confunde com a história do Porto de Vitória. Não é possível fazer um processo como esse sem diálogo com quem produz. Encontramos na Findes o canal ideal para promover esse diálogo”.

O secretário nacional de Portos, Diogo Piloni, ressaltou que o debate é técnico, não ideológico: “Não é uma discussão sobre ser de esquerda ou de direita. Não buscamos uma linha de atuação política, buscamos uma solução técnica. E a gestão privada tem mais flexibilidade e agilidade na tomada de decisões. É muito importante trazer a iniciativa privada para assegurar investimentos e agilidade na gestão”.