Se você faz pesquisa de preços em supermercados, já deve ter percebido que não tem para onde correr: o preço da carne bovina disparou. O quilo da paleta, por exemplo, está custando, em média, R$ 32,90.

A pesquisa mais recente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos do Espírito Santo (Dieese) apontou que o valor da carne na cesta básica de março, em Vitória, aumentou 1,62% em relação ao mês anterior. Seis quilos do alimento eram vendidos, em média, por R$ 226,02 em fevereiro. No mês, seguinte subiu para R$ 229,68.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Frio no Espírito Santo (Sindifrio-ES), Evaldo Mario Lievore, o aumento nos preços se deve à escassez de animais nos frigoríficos do Estado, que está relacionada à estiagem registrada entre 2016 e 2018. 

"Houve uma estiagem muito grande, teve gente que perdeu pastarias, o rebanho e está se recuperando agora. Muitas fêmeas foram abatidas, o que diminuiu o número de matrizes e crias. O principal fator desse aumento é a falta de bovinos para o abate. Por conta disso, os frigoríficos estão trabalhando com 50% ou menos da capacidade", explicou.

De acordo com o representante do setor, as empresas precisaram se adequar diante da pandemia do novo coronavírus. Para atender a demanda, no ano passado o número de colaboradores aumentou. Neste ano, no entanto, com a escassez, as empresas precisaram dispensar os funcionários por falta de trabalho. 

"No ano passado, o quadro de funcionários aumentou cerca de 15%, porque assim, se algum tivesse sintoma, por exemplo, a gente tinha outro para colocar no lugar. Então contratamos mais pessoas para ter esses cuidados. A partir desse ano, as empresas precisaram dispensar porque não tinha trabalho. O número de demissões agora, comparado com o número de contratações, foi muito maior", afirmou Evaldo.