O aumento dos preços dos combustíveis não afeta apenas os donos de veículos de passeio e usuários do transporte público ou particular, mas também prestadores de serviço. Isso porque a maioria dos serviços necessita de uma cadeia de logística, o que acaba gerando custos extras para o empresário.

Somente a gasolina comum subiu pela segunda semana seguida e atingiu o valor mais alto registrado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O valor médio no país está em R$ 7,28.

 

 

No Espírito Santo, o valor médio da gasolina comum está ainda mais alto: R$ 7,55. No entanto, em alguns postos de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, o combustível pode ser encontrado a quase R$ 8.

Júlio César conta que o custo de operação aumentou significativamente neste ano

O empresário Júlio César Medeiros, por exemplo, tem uma empresa de transporte escolar. Ele conta que precisa abastecer sete vans para trabalhar e, com os recentes reajustes no valor do diesel, os custos para manter a prestação de serviço aumentou.

"A gente gastava em média, no início do ano, R$ 200 semanais por cada van. Hoje nós já estamos gastando em torno de R$ 350 semanais. E não aumentamos, em nenhum momento, a questão da rota. A rota é a mesma", contou.

 

 

O empresário disse que já está no ramo há 20 anos e afirma que este é o pior momento enfrentado pela empresa. Apesar de estar gastando mais para continuar trabalhando, ele não repassa o valor aos pais dos alunos, já que o orçamento das famílias também está apertado. O jeito, segundo ele, é diminuir o lucro.

"Se não quiser operar diminuindo o meu lucro eu vou ter que parar. E com isso eu vou fechar pelo menos uns 13 postos de trabalho", lamentou.

Cristiane Bringhenti precisou reajustar a taxa de entrega para cobrir a alta dos custos

Outro serviço afetado pela alta do preço dos combustíveis é a entrega em domicílio, o delivery. A empresária Cristiane Bringhenti, que vende frango frito em Cariacica, é dona de um estabelecimento que conta com cinco motoboys para fazerem as entregas. 

Recentemente os funcionários se reuniram com os proprietários do estabelecimento para definirem um reajuste a ser pago pelo cliente para cobrir a alta nos custos.

"Nós fizemos uma reunião, mantivemos a diária, porém a taxinha foi repassada. Então tivemos um reajuste de R$ 1 a R$ 2, dependendo da localização", frisou Cristiane.

 

Segundo a comerciante, com o aumento da taxa do serviço, alguns clientes preferiram abandonar o delivery e têm ido pessoalmente à lanchonete buscar as encomendas.

"Para eles economizarem nessa parte, eles vêm fazer a retirada aqui na loja, mas não deixam de comprar. Até porque é muito bom, né?", brincou.