Os negócios na B3, a Bolsa de Valores brasileira, foram suspensos após queda de 10,02% do Ibovespa, quando o indicador marcava 88.178,33 pontos, às 10h30. Os preços das ações estão sendo afetados fortemente pela queda no preço do petróleo no mercado internacional - a maior em um único dia desde a Guerra do Golfo, em 1991.

 

 

A queda acima de 10% no índice em relação ao fechamento de sexta-feira ativou o circuit breaker, mecanismo utilizado pela B3 que permite, na ocorrência de movimentos bruscos de mercado, o amortecimento das ordens de compra e de venda.

Na hora em que entrou no circuit breaker, Petrobrás ON cedia 24,61% e Petrobras PN, 23,96%. A mineradora Vale recuava 10,78%.

A negociação ficará suspensa por 30 minutos. Reabertos os negócios, caso a variação do Ibovespa atinja uma oscilação negativa de 15% em relação ao índice de fechamento do dia anterior, os negócios são interrompidos por uma hora.

O mecanismo não é ativado na última meia hora do pregão. Ocorrendo a interrupção dos negócios na penúltima meia hora de negociação, na reabertura das transações, o horário será prorrogado em, no máximo, mais 30 minutos, sem qualquer outra interrupção, de tal forma que se garanta um período final de negociação de 30 minutos corridos.

Esta é a 18ª vez que o mecanismo é acionado desde sua adoção em 1997. A última ocasião foi em 18 de maio de 2017, por causa da Delação da JBS.

 

 

Novo recorde do dólar

dólar começou a semana batendo mais um recorde nominal - descontando a inflação - desde o Plano Real, atingindo a casa de R$ 4,79, na manhã desta segunda. De acordo com levantamento do Estadão/Broadcast, a moeda americana chegou a ser negociada por mais de R$ 5 nas casas de câmbio.

Para tentar conter a disparada do dólar, o Banco Central vendeu US$ 3 bilhões à vista das reservas internacionais. No início da manhã, o BC cancelou o leilão de US$ 1 bilhão que faria e aumentou o valor para US$ 3 bilhões. A decisão se deu por "condições do mercado", de acordo com a assessoria de imprensa do BC.

Às, 10h35, a moeda americana era cotada a R$ 4,7717, com aumento de 2,98%, depois de ter atingido a máxima de R$ 4,7927.

 

O dia é marcado por quedas em Bolsas ao redor do mundo por medo sobre o novo coronavírus e como consequência da disputa de preços de petróleo entre Arábia Saudita e Rússia - o barril do tipo Brent chegou a recuar 31%, no maior tombo desde a Guerra do Golfo (1990 e 1991).

Na Ásia, as Bolsas da China, seguindo o mau humor generalizado dos mercados financeiros, fecharam em queda. O principal índice acionário do país, o Xangai Composite, teve recuo de 3,01%. 

Na Europa, os mercados abriram a manhã desta segunda com queda generalizada. Tudo sob os mesmos motivos - petróleo e coronavírus. 

 

 

Queda do petróleo 

Arábia Saudita reduziu os preços do petróleo, abrindo o caminho para um forte aumento de sua produção em abril. A decisão dos sauditas, anunciada no fim de semana, veio após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os aliados da Opep+ não conseguirem fechar um acordo na última sexta, 6, para cortar ainda mais a produção do grupo, como parte de uma estratégia para amenizar o impacto econômico do coronavírus.

Rússia, líder informal da Opep+, não aceitou uma proposta da Opep de reduzir a oferta coletiva em mais 1,5 milhão de barris por dia.