A Petrocity Portos vai recorrer contra o parecer dos técnicos do IEMA – Instituto Estadual de Meio Ambiente negando a licença ambiental para construção do Centro Portuário de São Mateus e vai acelerar os estudos visando à federalização do processo de licenciamento ambiental, que seria feito pelo IBAMA.


“As características do projeto, que agora prevê a movimentação de 18 milhões de toneladas, já o enquadram na alçada do Ibama. Aliás, esta é a proposta do senador Marcos Du Val e vamos conversar com ele nos próximos dias”, disse José Robert Barbosa da Silva, presidente da companhia.


O projeto é visto como a redenção econômica para o Norte do Espírito Santo, Sul da Bahia e Leste de Minas, incluindo, em paralelo, uma ferrovia ligando Urussuquara a Sete Lagoas (MG). Para o presidente da Petrocity, o projeto da empresa está sofrendo boicotes no Estado. 


“O próprio presidente da Findes, numa atitude que nos causa muita estranheza, pois vai contra os interesses de vários de seus associados, foi para a imprensa dizer que o Centro Portuário é uma intenção. Ele demonstra desconhecimento de que é uma ‘intenção’ que já tem mais de R$ 120 milhões de projetos de engenharia contratados e pagos e que já tem valor de mercado acima de R$ 500 milhões. É uma ‘intenção’, para usar a palavra do presidente da Findes, que já tem vários projetos com licença de instalação, só faltando o do porto propriamente dito”, disse José Roberto.  

O presidente da Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva, disse que os técnicos da empresa ficaram “muito chateados com a decisão, pois há uma série de erros de avaliação no parecer dos técnicos, que desconsideram o saneamento de pendências apontadas anteriormente”.


Agora, a Petrocity vai recorrer à Diretoria do IEMA e, se necessário, ao Corema (Conselho Regional de Meio Ambiente) contra o parecer dos técnicos e promete ir às últimas instâncias para defender seus direitos. “Compreendemos que o IEMA tem pouco pessoal, mas isso não justifica o pouco caso que se faz de um projeto como esse, que já tem todas as licenças e autorizações federais”, disse José Roberto.


Em recentes audiências públicas em Urussuquara e São Mateus, a comunidade demonstrou ansiedade pela instalação do porto, que vai gerar mais de 5 mil empregos em todas as suas fases e projetos.


O governador Renato Casagrande (PSB) manifestou apoio ao projeto da Petrocity ao assinar, exatamente há um ano, em 17 de janeiro de 2019, o memorando de entendimento com a Petrocity e a Prefeitura de São Mateus, onde as partes se comprometem em ações para viabilizar a implantação do Centro Portuário.

Após a solenidade de assinatura, no Palácio Anchieta, o governo divulgou alguns números da operação: investimento estimado em R$ 3,1 bilhões, com previsão de gerar 2,5 mil empregos diretos na fase de implantação e mais 2,5 mil diretos e indiretos na fase de operação.


O governo informou ainda que o Plano Diretor Municipal (PDM) de São Mateus “está sendo regulamentado por decreto visando à criação do Distrito Industrial Portuário (DIP) de São Mateus. O DIP será instalado em uma área de 300 milhões de metros quadrados, que demandará duas usinas fotovoltaicas (cuja energia é obtida por meio da conversão direta da luz em eletricidade) de 5,0 MW cada, uma petroquímica, duas usinas termoelétricas, uma refinaria modular (com 50 mil barris/dia), duas Eadis (terminais para veículos) e uma unidade de dessalinização de água”.


Recentemente, quatro almirantes da Marinha visitaram o governador Renato Casagrande e anunciaram a intenção da Força de instalar em São Mateus uma segunda unidade no Estado.