Sem perceber, a direção da Santa Casa de Cachoeiro de Itapemirim-ES vem se despindo diante da população da cidade. A judicialização do caso do médico Roberto Bastos, que há três meses denuncia a 'caixa preta" do hospital e o fechamento da maternidade, desde do primeiro dia de janeiro do corrente ano, vai expor a pústula envolvendo o superintendente, padre Evaldo Ferreira.

O médico vem sendo protagonista assustador como assombração para a direção do hospital e para o status quo vigente lá. Fora da "caixinha", denuncia fatos reais de algumas décadas, posterior à intervenção da Santa Casa pelo Ministério Público e sua gestão entregue à cúria da Igreja Católica por meio de padres sob a hierarquia do arcebispo Dom Dario Campos.

Roberto Bastos é médico há 30 anos do corpo clínico do hospital. Suas denúncias foram inesperadas, algumas novas e outras sem desvendamento desde da também expulsão do precursor da medicina moderna em Cachoeiro de Itapemirim, Vicente de Paula Miranda, que desafiou a elite nefasta envolvida na intervenção à época e fez questionamentos nunca respondidos.

A acusação grave e nova diz respeito à negligência do padre Evaldo Ferreira, culposa ou dolosa, no ano de 2018, quando descumpriu na íntegra o acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, reduzindo quase 50% dos leitos da maternidade sem aviso prévio à sociedade e permitiu que unidades sem credenciamento absorvessem o serviço, produzindo provas contra si.

O médico que está enlouquecendo os habitantes com métodos medievais da Santa Casa apresenta matemática simples. Ao diminuir os números de leitos e não mais atender mulheres pelo SUS, gratuitamente, mães e crianças morrem. Levantamento feito por famílias aponta que 18 bebês morreram no HIFA de Guarapari em 2018 e que pelo menos seis já teriam morrido em 2019.

O hospital de Guarapari é dirigida pelo superintendente do HIFA de Cachoeiro de Itapemirim, Jailton Pedroso, a quem foi entregue a maternidade da Santa Casa de Misericórdia no apagar das luzes do governo Paulo Hartung, no dia 28 de dezembro de 2018.

Reclamações já começam a brotar sobre o atendimento às gestantes no Hospital Infantil como previu o médico "ensandecido" em busca de estancar esta sangria em desfavor das mulheres do sul do Estado.

Com a negligência e irresponsabilidade legal do padre, o médico "surtou" como um dos melhores obstetras do Espírito Santo, reconhecidamente, no sul do Espírito Santo, por 30 anos operando pelo SUS. Nem a Secretaria da Estadual da Saúde e nem o Hospital nunca vieram a público esclarecer esse documento acusatório e revelador.

A denúncia velha e indesvendável está relacionada aos loteamentos dos espaços do hospital por médicos que construíram impérios além muros do nosocômio. Quem recebe em dia? Que não recebe? Quanto ganha determinado profissional ? Quanto ganha o superintendente e seus assessores? Qual é a dívida da Santa Casa escondida pelo clérigo? A judicialização do caso oportuniza arrancar essas respostas.

Se a sociedade não salvar a Santa Casa, a Santa Casa não salvará a sociedade!