Todo agente público conhece as regras do encargo que se obrigou como nomeado ou eleito nas urnas. Deveria entrar sabendo dos riscos  sob jornalismo investigativo e analítico em se tratando de crimes culposos ou dolosos. As críticas surgem quando o funcionário público sai fora dos trilhos das leis.

O Secretário de Governo do Estado do Espírito Santo, Tyago Hoffmann, tem sido alvo de denúncias por ter assinado - deixou digital - numa adesão de atas de Caravelas (BA) que deu origem à alcunha "Barriga de Aluguel", com suspeitas de ilícitos.

Mas, por que o desespero do secretário em judicializar como forma de defesa e ataque aos jornalistas que levantaram a investigação sobre o tema, de forma surtada? Existe uma motivação além das conjecturas da negação de sua participação como suspeito no imbróglio:

Tyago Hoffmann, desde da posse do governador Renato Casagrande (PSB) ambiciona assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado que será aberta este ou no primeiro semestre do próximo ano com a aposentadoria do conselheiro Sérgio Borges.

O governador Renato Casagrande, ano passado, usurpou com consentimento o direito da indicação da Assembleia Legislativa e indicou seu companheiro de partido de longas datas, Luiz Carlos Ciciliotti da Cunha, quase como uma questão de honra para o PSB.

Já neste primeiro momento, Tyago Hoffmann, tentava esse serviço vitalício na Corte em tela. Contudo, agora vem o segundo momento. E a varinha mágica está nas mãos do governador como protagonista indicador do nome.

Como se sabe, uma das exigências dos órgãos públicos e Cortes que julgam e tem poder moderador, são amplo conhecimento e moral ilibada. Ser denunciado por corrupção ou condenado, elimina qualquer expectativa ou, ao menos, macula o próprio Tribunal e quem o indica.

Em síntese, a causa da exasperação do Secretário do Governo do ES é esta: ele quer a vaga do TCES, porque pode ser a última chance, contudo existe outro empecilho: O Legislativo pode achar que tem um certo direito sobre essa indicação cedida anteriormente ao Executivo.

Essa é a luta. Qualquer jornalista que questionar ou denunciar o secretário, ele reúne sua tropa - um tipo de exército de Brancaleone - para se proteger atacando os profissionais investigativos, utilizando os recursos da máquina pública para calar uns e perseguir os independentes.

Tyago Hoffmann, com a capa preta sobre os ombros, num exercício de imaginação, vai parecer o estereótipo de um Batman histriônico porque se provada estripulia do secretário antes, seria um desarranjo maior depois, lá, junto com os julgadores das contas públicas. My God!