O superintendente da Santa Casa de Cachoeiro de Itapemirim-ES, Evaldo Ferreira, está praticando gestão temerária, com médicos abandando serviços e responsabilidade junto à diretoria. O fato novo diz respeito à contratação de duas freiras do Rio de Janeiro ao valor de R$ 30 mil para auditar o hospital.

Os problemas administrativos não param. A empresa de fornecimento de água quer executar o presidente do Conselho Deliberativo, Padre Walter Barbiero Altoé, e demais conselheiros por não cumprirem acordo de parcelamento.

Padre Walter avalizou o contrato e , agora, está sendo pressionado a pagar o débito de mais de R$ 1 milhão. A dívida com a fornecedora de energia ultrapassa os R$ 2 milhões.

Enquanto o padre Evaldo contrata freiras a preço de outro como auditoras e assume compromisso de administrar o hospital Menino Jesus, em Itapemirim, alguns médicos não recebem há 3 meses e outros estão com 22 meses sem receber serviços prestados aos SUS, retido sem explicação pela direção da Santa Casa. Só que não reclama é um pequeno grupo privilegiado por contratos não declarados à sociedade.

Há 1 ano, exatamente, o médico Roberto Bastos denunciava a operação desmanche do nosocômio com a desativação da maternidade. O padre não economizou para tentar desmoralizar o ginecologista obstetra de 40 anos de corpo clínico da Santa Casa. Pagou honorários de R$ 24 mil para uma advogado do Rio de Janeiro, também, para impedir o médico de continuar denunciando o que hoje se confirma com maior intensidade. 

Padre Walter Barbiero Altoé assinou acordo com a BRK e empresa quer executar dívida

Além da saída de Roberto Bastos, expulso pelo padre, romperam com a diretoria o cardiologista Elias Garcia e o clínico Geral Gastão Coelho que denunciou mortes na Santa Casa por causa das condições narradas. A equipe de Angiologia está desmontada. E outras especialidade devem seguir o mesmo caminho. Médico Geraldo Gouveia (angiologia) está saindo fora.

As despesas da governança temerária do padre são todas custeadas pela Santa Casa sem transparência. As freiras auditoras, por exemplo, que além do alto preço por serviço supostamente prestados, tem tudo pago pelo hospital, casa mobiliada. Revesam uma semana sim e outra não entre RJ e Cachoeiro. As ações jurídicas contra Roberto Bastos também saíram dos cofres da Instituição. Sem mencionar a manutenção pecuniária de relações íntimas com o jornalista responsável pelo marketing que ninguém vê. 

A BRK, em caso de não cumprimento do acordo de pagamento da dívida, já notificou executar o padre Walter e negativar tos os demais conselheiros que, inclusive, tomarem posse às escondidas para proteger a  fragilidade do padre Evaldo no confronto com o médico Roberto Bastos.  O arcebispo Dom Dario Campos orquestrou a manobra para o superintendente não levar o escândalo para dentro da Diocese de Cachoeiro-ES.

Há uma corrente dentro do Ministério Público que defende deixar a Santa Casa quebrar - assim como todo hospital filantrópico - sob argumento de não ter como consertar essas festões temerárias e impedir do Poder Público de injetar dinheiro, regularmente, por meios dos políticos que almejam votos.

A situação é preocupante, caótica e irrefreável. Os médicos do hospital não estão suportando observar a fraca gestão do padre Evaldo Ferreira que afeta não somente eles como toda população. Como disse Roberto e Gastão, estão morrendo gente. Isto é grave, mas nenhuma autoridade competente se move no sentido de auditar essa realidade tenebrosa.

Padre Evaldo Ferreira pode conduzir a Santa Casa ao fechamento