Após um fim de temporada emocionante e glorioso para a torcida flamenguista, 2021 tem dado sinais até aqui de que o time carioca tem total potencial para repetir os feitos de outrora. Enquanto as exibições exuberantes de 2019 sob o comando de Jorge Jesus são difíceis de se repetir, o que o Flamengo demonstra até aqui é no mínimo o suficiente para torná-lo favorito em boa parte dos títulos que disputará este ano.

Uma das maneiras de atestar o favoritismo do Flamengo é verificando plataformas de apostas esportivas, como a casa de apostas Betfair, que mostra os prospectos do time de levantar troféus na Copa Libertadores e em outros campeonatos. Tratando do maior campeonato da América do Sul, o Flamengo é tido como o favorito na lista de aspirantes ao título. Logo atrás encontram-se os argentinos do River Plate e do Boca Juniors, seguidos por Internacional, Atlético Mineiro, Palmeiras e São Paulo.

É difícil discordar da lista e da posição onde estes clubes se encontram considerando os movimentos da janela de transferências que tomaram lugar desde o fim da temporada passada. Mesmo torcedores de clubes rivais hão de concordar que o rubro-negro ainda possui um dos melhores elencos do continente. E basta um bom trabalho por parte do comando na beira do campo para que esse potencial se transforme em títulos, como já aconteceu nos últimos dois anos.

Um título “inesperado” para dar boa fundação à 2021

O ano de 2020 não foi um bom período para boa parte dos clubes brasileiros, que se viram às voltas com problemas financeiros que os obrigaram a se desfazer de muitos dos seus principais jogadores. Mas a situação do Flamengo, construída a partir de anos de boa gestão financeira desde 2013, foi o exato oposto, com o clube contratando em definitivo o astro Gabriel Barbosa após os dois gols que garantiram ao Mengão a Copa Libertadores de 2019 – além de trazer como reforço o atacante Pedro, do clube italiano Fiorentina, e os zagueiros Gustavo Henrique e Léo Pereira.

O elenco flamenguista continuou a demonstrar sua grande força na primeira metade do ano. Mesmo dando descanso para os jogadores mais estabelecidos (e veteranos) do grupo, Jorge Jesus conseguiu trazer ao Flamengo mais um título do Campeonato Carioca – e de maneira invicta. O mesmo se viu com a Recopa Sul-Americana, contra o Independiente Del Valle do Equador, e a Supercopa do Brasil, levantada após uma vitória sobre o Athletico Paranaense por 3 a 0.

Entretanto, o “mister” tinha vontade de voltar para a sua terra, Portugal. Mesmo com o Flamengo fazendo o possível para mantê-lo na Gávea, não foi possível fazer muito perante a oferta do Benfica de repatriar Jorge Jesus. Em seu lugar, seria feita uma grande aposta ao trazerem Domènec Torrent, mais conhecido até então por ter sido por muitos anos auxiliar do célebre comandante do Manchester City, Pep Guardiola.

Mas Dome, que já chegou ao Flamengo com grandes responsabilidades a serem cumpridas, não conseguiu se desvencilhar da desconfiança que sua falta de experiência causava. Goleadas seguidas contra São Paulo e Atlético Mineiro, com o time sofrendo quatro gols em cada uma das partidas válidas pelo Campeonato Brasileiro, deram fim à sua passagem pelo clube em novembro de 2020.

A seguir, entrou em cena Rogério Ceni, tomando as rédeas do Flamengo que se encontrava ainda muito enredado com os outros times do Brasileirão no topo da tabela. A missão era recuperar o time dos baques sofridos e conquistar pelo menos um dos grandes títulos ainda em disputa: o Campeonato Brasileiro, a Copa Libertadores e a Copa do Brasil.

As copas tiveram que ser descartadas bem cedo, com resultados adversos nos dois campeonatos que tiraram o Flamengo do páreo. Mas agora, com foco total no Campeonato Brasileiro, os bons frutos vieram. Com uma vitória sobre o Internacional no penúltimo jogo da temporada e o tropeço do time gaúcho no empate contra o Corinthians no jogo seguinte, mesmo a derrota para o São Paulo não impediria o Flamengo de levantar a taça do Brasileiro pela oitava vez em sua história.

A maneira pela qual o Flamengo conquistou a taça levantou algumas questões sobre a qualidade de Rogério Ceni para liderar um time de tanto peso. Entretanto, a diretoria rubro-negra decidiu ignorar tais vozes, dando uma chance a Ceni para se provar. A aposta até então tem se mostrado bastante acertada, com as únicas derrotas do time tendo ocorrido em clássicos contra o Fluminense e o Vasco da Gama no campeonato estadual.

Até aqui, não houve a chegada de grandes reforços nem a saída de grandes nomes do elenco. Justifica-se a falta de movimento por não haver necessidade de trazer novos nomes a um elenco que já se demonstra bastante forte, principalmente no setor ofensivo, onde Pedro, Gabriel Barbosa e Bruno Henrique se mostram um trio de atacantes invejável até para times de fora da América Latina.

Logo, as peças para a repetição de grandes feitos estão todas presentes. Um dos testes para tal, a Supercopa do Brasil deste ano disputada contra o Palmeiras, serviu como um sinal de alerta depois do empate por 2 a 2 no tempo normal e da resolução do embate nos pênaltis – que foi a favor do Flamengo. Agora, basta encontrar uma boa harmonia entre os setores no campo, incluindo a defesa que vez ou outra ainda sofre com falhas individuais, para que o time possa estar no topo de muitos pódios até o fim da jornada atual.