Ao enfrentar o Boca Juniors nas oitavas de final da Libertadores com o primeiro jogo em casa, a projeção do torcedor era: é preciso vencer bem na Neo Química Arena para não viajar para a Argentina completamente no escuro e sem nenhuma vantagem. Não foi o que aconteceu.

O empate sem gols no jogo de ida, na última terça-feira, na Neo Química Arena, em termos de resultado, não foi bom para o Corinthians.

 

Apesar de ainda ter condições de avançar para as quartas de final jogando na Bombonera, como chegou a mostrar nos bons 45 minutos iniciais que fez no 1 a 1 da primeira fase, deixar a decisão para um jogo com o clima tenso do estádio argentino não parece ser bom negócio.

 

Ainda mais porque o Timão teve chances de marcar em Itaquera com Adson (duas vezes), Giuliano e Róger Guedes, que desperdiçou um pênalti ainda no primeiro tempo. Cássio, com uma defesa incrível em chute de Benedetto, garantiu o 0 a 0 no placar.

 

Roni em Corinthians x Boca — Foto: Marcos Ribolli

Roni em Corinthians x Boca — Foto: Marcos Ribolli

Mas apesar de ter criado chances, o Corinthians não foi eficaz.

Eram muitos desfalques: Maycon, Gil, Gustavo Silva, Renato Augusto, Du Queiroz, Rafael Ramos e Cantillo. E a lista foi aumentando: Fagner saiu com dores no intervalo, e Willian viu seu ombro sair do lugar nos minutos finais, mantendo-se em campo durante o tempo que suportou a dor.

 

O Corinthians foi o que conseguiu ser. E, ao olhar para o banco de reservas, Vítor Pereira só tinha reservas emergenciais. Jogadores que poderiam entrar para cumprir função em caso de necessidade, como foi com Bruno Méndez, João Pedro, Júnior Moraes e Fábio Santos. Ninguém para decidir jogo.

Jogadores em Corinthians x Boca — Foto: Marcos Riboli

Jogadores em Corinthians x Boca — Foto: Marcos Riboli

De resto, apenas garotos da base, ainda sem quilometragem para suportar um jogo deste tamanho. Yuri Alberto, ainda não anunciado, esteve no estádio como espectador.

 

Sem várias peças, Vítor Pereira voltou ao esquema com três zagueiros (3-4-3), mas de uma forma diferente: Fagner formou a linha pelo lado direito junto de Raul e João Victor no primeiro tempo.

 

Mantuan e Piton formavam a linha de cinco e, com a bola, atacavam. A direita, com Mantuan e Adson, foi bastante perigosa na etapa inicial. Um acerto de VP com as peças que possuía.

Criticado pela torcida, Roni fez um jogo bom: buscou a bola, participou da construção, perseguiu adversários na marcação e cumpriu bem o seu papel. Iniciou a tabela que Mantuan deixaria Adson em boa condição de finalizar, mas que o jovem pegou mal na bola.

 

 

“A gente teve as principais chances”, diz Careca | A Voz da Torcida

No fim, com um time enfraquecido, com novos desfalques (Fagner e Willian), só com miúdos no banco e levando pressão do Boca, o empate sem gols deu a falsa sensação de heroísmo aos jogadores do Timão por conta do contexto. Mas dava para ter vencido. O jogo mostrou.

 

Ao não perder, o Timão sai ao menos confiante e fortalecido para o jogo da Bombonera, na próxima terça-feira, em Buenos Aires. O Corinthians está vivo para a decisão. Só precisa ter menos feridos para que VP consiga ter mais alternativas.

Novo empate leva a decisão da vaga nas quartas de final para os pênaltis. Se houver vencedor no tempo normal, a classificação será dele.