Entre os dias 05 e 12 de outubro mulheres capixabas irão disputar o Campeonato Nacional de Futebol Society da Advocacia, em Curitiba. O time que representará o ES foi formado a partir de jogadoras dos times participantes dos campeonatos estaduais realizados pela OAB-ES. 

Após de 20 anos de edição, somente em 2019 um time formado por mulheres participou da competição. Desde então, todos os anos existem times femininos no campeonato. 

O futebol feminino no Brasil e no ES ainda tem pouca visibilidade, patrocínio e incentivo. Uma questão que ainda permeia o imaginário quando se fala de mulheres jogando bola é sobre ter ou não a capacidade de praticá-lo. 

Para a atacante Jéssica Vilas boas, titular do Atenas FC, de Linhares, a maior dificuldade no futebol feminino é o preconceito. “O preconceito agregado com a falta de investimento faz com que o futebol feminino seja menos atrativo para quem assiste, mas na verdade, essa ideia é fruto do preconceito. Essas coisas vão fazendo com que tenha menos visibilidade e investimento, assim não tem como haver evolução no esporte”, afirma.

Jéssica, que já jogou profissionalmente no Palmeiras, conta que joga desde os 11 anos, mas atualmente segue apenas no Atenas. Ela acredita que para evoluir o futebol feminino precisa sobretudo de investimento nas categorias de base. “Não vemos bases de futebol feminino. Quando uma menina quer jogar, precisa treinar na base junto com o masculino. São poucos os lugares que tem base feminino”, observa.

Quebrar as barreiras do preconceito

De acordo com a atacante, sem investimento o desenvolvimento de mulheres no esporte se torna inviável. “Como investimento é um negócio, nenhum empresário quer investir em algo que não tem visibilidade, pois não terá retorno financeiro. Com isso ficamos sem estrutura, sem apoio, sem oportunidades, sem condições de treino”, pondera.