Recentemente, o Brasil inteiro ficou chocado com o caso do médico anestesista Giovanni Quintella, que foi preso em flagrante após estuprar uma mulher que passava por uma cesariana. Diante desse caso, muita gente se perguntou sobre o suspeito ser ou não um psicopata, diante da frieza que cometeu esse e vários outros crimes.

Conforme Romanni, não dá para afirmar que o médico, mesmo tendo cometido um crime hediondo, é um sociopata.  "Se fosse assim, todo criminoso e toda pessoa que cometesse algum crime horrível seriam considerados, necessariamente, uma sociopata e nem sempre é. Ou seja, as pessoas podem ser sociopatas ou psicopatas e não serem criminosos. Como também, pessoas podem ser criminosas e não serem sociopatas ou psicopatas", explicou.

Para o psicólogo, no caso do anestesista, "ele é estuprador. Isso é um crime hediondo. Ele pode inclusive ser um psicopata, mas não podemos afirmar isso por ele ter cometido um crime", explicou.

De acordo com Souza, o perfil de personalidade dos abusadores /estupradores, revela comportamentos semelhantes. "Uma coisa que geralmente acontece é que quem comete algum tipo de abuso, não comete esse tipo de abuso só uma vez. E isso não é questão de opinião, é questão de estatística de várias e várias pessoas que foram entrevistadas e analisadas", afirmou.

"Em todos os perfis de pessoas que cometem abusos, uma coisa que tem em comum é que eles geralmente não cometem uma vez, o que significa que, infelizmente, no caso do médico, e ele, provavelmente, já deve ter cometido esse tipo de ato antes e se ele não tiver a licença cassada, ele pode cometer esse tipo de ato depois."

Segundo Romanni, existem cinco tipos de personalidade que podem ser traçados das pessoas que cometem um tipo de crime como o estupro:

Dominador

"O primeiro deles é o tipo de personalidade chamado de dominador, que é aquele tipo de pessoa que comete o estupro, mas ao mesmo tempo quer mostrar poder ou ele quer mostrar que ele está por cima, superior."


Oportunista


"O segundo tipo de perfil é o oportunista. É um tipo de pessoa que não necessariamente faria isso em outras ocasiões, mas ele tendo a oportunidade ele comete o abuso. Como assim? Esse oportunista é a pessoa que, geralmente, comete o crime em situações que tenham autoridade ou poder para cometer esse tipo de abuso."

"Romântico"

"Também existe aquele tipo de estuprador, que não deveria nem ser usado esse nome, mas é um nome que foi caracterizado para ilustrar seu jeito de agir, que é o romântico. O romântico é aquele que, geralmente, olha uma vítima e comete abuso recorrentemente com a mesma pessoa."

Vingativo

 "O vingativo é aquele que vê o abuso como um ato de violência. E quando alguém o faz mal, o jeito de revidar é pensando em abusar da outra pessoa. Isso acontece tanto com homens quanto mulheres."

Sádico

"Outro tipo de perfil, e esse é o pior de todos, é o sádico. Que é aquele tipo de pessoa que mais tem propensão a ter um transtorno de junto com transtorno de personalidade antissocial. Um exemplo é aquele caso do maníaco do parque, onde a pessoa a geralmente além de cometer o abuso, ela comete outros atos de violência graves, geralmente acompanhados de morte e assim por diante."

 Por fim, o profissional de saúde falou sobre a importância de que cada vez mais terapeutas se abram para poder tratar além das vítimas, as pessoas que cometeram abusos. "Isso porque a pessoa comete o abuso, passa um tempo na prisão e depois volta para sua sociedade. E os índices mostram que ela vai cometer outros abusos, principalmente, se não tiver um tratamento muito bem qualificado", finalizou.

 

Sobre Romanni Souza

 

Romanni Souza é formado em Psicologia, pós-graduado em Neurociência e treinador oficial do Instituto Romanni, criador da metodologia de Hipnose Transformacional. Apresentou-se na Universidade de Harvard em 2019. O psicólogo tem mais de 30.000 alunos, e é fundador da maior plataforma de hipnoterapia do mundo com mais de 3.700 membros.