Quase dois mil capixabas aguardavam na fila de transplante de órgãos no Espírito Santo, até o fim do mês de agosto. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Saúde, que também informou que de janeiro a julho deste ano foram feitos 220 transplantes no estado. A informação é de João Brito, da TV Gazeta.

A aposentada Cristiane Santos foi uma das pessoas que conseguiu a doação. Antes de receber o novo coração, ela não tinha forças nem para subir a ladeira da rua onde mora, arrumar a casa ou pôr à mesa.

“Eu nasci de novo, estou outra pessoa, não sinto mais nada do coração. Várias coisas simples eu não fazia e hoje faço. Varrer a casa, limpar a casa, subir o morro. Vestir uma calça, que antes pra mim era difícil porque eu precisava sentar para não me cansar. Coisa simples que pra mim é uma grande vitória”, falou Cristiane.

Foi sendo uma das pacientes na fila por um órgão que ela entendeu a importância doação e passou a incentivar que outras pessoas fizessem o mesmo.

“Eu sou uma vida que o Senhor salvou através de uma família linda que teve esse pensamento de doar os órgãos dessa pessoa. Eu não conheço a família, mas ela salvou a minha vida. Que mais pessoas tenham o desejo de também salvar outra vidas”, disse a aposentada.

Para incentivar as doações, o mês de setembro foi escolhido como mês de conscientização, a partir da campanha “Setembro Verde”.

À reportagem, a médica Mariana Pacheco explicou que, após a morte de uma pessoa, somente familiares podem autorizar a retirada dos órgãos para transplante. Por isso, a importância de avisar aos familiares, em vida, sobre o desejo de doar órgãos.

“Após o óbito da pessoa, quem autoriza a doação dos órgãos são os familiares. Por isso, é muito importante em vida falar com os familiares mais próximos, como filhos, esposa, pais, irmãos, sobre o desejo de ajudar pessoas, que precisam de um órgão, após o óbito”, falou a médica.

Das 1.939 pessoas que aguardavam por um órgão no estado, 1.231 esperavam por um novo rim, entre eles o técnico em informática Magno Marchesi. Desde 2019, ele passou a fazer hemodiálise. A expectativa dele era de que até o final de setembro deste ano, ele conseguisse receber um novo órgão doado pela própria irmã.

“Quando você busca a questão do doador e descobre que é compatível, pensa: ‘que legal, graças a Deus vai dar tudo certo, vou ter um rim de novo e voltar a ter uma vida, de novo. Se você puder doar, doe. É um ato de amor. Você vai salvar vidas”, disse Magno.