Delisiée Marinho deixou a Globo em 2008 depois de cobrir as Olimpíadas em Atenas, na Grécia.

 

Em entrevista ao site "UOL", a jornalista revelou ter deixado a emissora por alguns "motivos pessoais" e contou sobre momentos constrangedores que passou enquanto estava lá.

 

Delisiée, que também é diretora e roteirista, foi questionada quais eram os motivos pessoais, mas preferiu o silêncio.

 

Após uns minutos a emoção tomou conta e ela começou a falar. “Não foi por um bom motivo. Ai meu Deus do céu… Será que eu vou falar isso?!”, disse. “Eu saí da Globo porque houve um pedido do Schroeder para saber se eu queria ficar ou sair. Mas eu saí por causa de outro diretor. Ele estava me perseguindo há quatro anos. Eu liguei um dia chorando para o Emanuel Castro dizendo que não conseguia mais pisar na Globo, e ele acabou me dispensando naquele mesmo dia”, completou.

 

O nome do diretor que a perseguiu, ela não quis revelar. Esta é a primeira vez que a jornalista fala publicamente sobre o assunto, e espera que seu relato ajude outras mulheres na mesma situação.

 

No banheiro da emissora, a jornalista revela outro momento constrangedor. “Entrei no banheiro e tinham umas meninas que trabalhavam na Globo que ficara quietas. Eu já estava sentindo aquele clima estranho na redação, porque elas não falavam comigo. Ai perguntei se tinha feito alguma coisa para que me evitasse e não falassem comigo. Uma das produtoras respondeu de forma direta e bem chula: ‘Já que você está perguntando, então vou falar. Pra quem você deu para estar aqui? Você roubou o lugar do Tadeu Schmidt'”, contou.

 

Mesmo com um clima desagradável ela continuou trabalhando. “Aquilo foi um baque para mim. Eu dei uma balançada na minha estrutura emocional, porque não tinha amigos para me defender, mas segui até o fim. Tanto é que fui a repórter mulher em Atenas que mais emplacou matérias no Jornal Nacional. A gente tinha um ranking, e eu fiquei em primeiro”, lembrou.