Um print de uma conversa nas redes sociais entre o estudante Lucas Grudzien, de 22 anos, e o padre que ele acusa de estuprá-lo, mostra o religioso o chamando de 'bundão' e 'viado'. 


O jovem acusa o padre de abusar sexualmente dele por mais de um ano durante sua adolescência, quando ele frequentava uma igreja em Guarujá, no litoral de São Paulo. 


A defesa do religioso nega as acusações.


“Agora, o meu principal objetivo é alertar os jovens que passam ou passaram por isso por parte de autoridades, independente de usarem batina ou um terno. Que essas pessoas não se calem e tenham coragem de denunciar", disse Lucas ao G1 nesta quarta-feira (16).


De acordo com o ex-coroinha, o que o move a divulgar o caso atualmente é alertar outras vítimas e encorajá-las, além de acreditar que a justiça ainda deva ser feita. 


“O sentimento de estar perdido, de não saber o que está acontecendo é muito forte, mas não tem que ser maior que a coragem de falar”, diz.


Ele relatou ao G1 que pretende fazer um grupo nas redes sociais, em apoio a outras vítimas e famílias que passaram pelo que ele relata ter vivido. Estou recebendo o apoio de diversas pessoas, poucas se voltaram contra mim depois que resolvi falar e isso é muito importante. O apoio para a vítima é essencial, porque o primeiro passo é conseguirmos contar", diz.


Relembre o caso

 

Lucas acusa o padre de tê-lo estuprado quando ele tinha apenas 15 anos. Ele afirma que a família é católica e sempre frequentou a igreja. 

 

Aos 12 anos começou o curso para ser coroinha, quando, segundo ele, o Padre Edson Felipe Monteiro Gonzalez passou a se aproximar mais. 

 

Em 2012, a convite do religioso, ele passou a trabalhar na área administrativa da instituição católica.

 

Conforme está divulgado no site da Diocese de Santos, o padre, de 35 anos, já trabalhou em diferentes paróquias das cidades da Baixada Santista e também foi diretor e professor de Teologia. Ele ainda chegou a ser Assessor Eclesiástico Diocesano do Setor Juventude, entre agosto de 2010 e agosto de 2015. O religioso foi denunciado pelo jovem em 2014 tanto ao Ministério Público (MP), quanto a igreja.