Nesta segunda-feira, 20, o Brasil chegou a 2.118.646 casos confirmados de coronavírus e 80.120 mortes. A média móvel de casos registrados nas últimas 24 horas foi de 33.382,7 e 1041 óbitos. Os números estão estabilizados, mas ainda altos – fenômeno visto em outras cidades e países do mundo.

De acordo com o Ministério da Saúde, assim que a vacina contra o coronavírus estiver aprovada e chegar ao país, as doses iniciais serão destinadas a “públicos mais vulneráveis” como idosos, pessoas com comorbidades, profissionais de saúde, professores, profissionais de segurança, indígenas, motoristas de transporte público e pessoas privadas de liberdade.

 

A definição exata de quem poderá receber a vacina, porém, depende dos critérios aprovados pela Anvisa, que são baseados nos ensaios clínicos

Mas o produto deverá ser ampliado com o tempo. A fim de ganhar tempo, Oxford já está testando a vacina em todas as faixas etárias, incluindo crianças. Enquanto que no Brasil o estudo dela é restrita a adultos com idade entre 18 e 55 anos, saudáveis e que estejam em alto risco de contaminação pelo vírus, na África do Sul, o trabalho com o mesmo imunizante busca avaliar sua eficácia e segurança em pacientes com HIV positivo, por exemplo.

 

Já no Reino Unido, a fase 2 avalia a resposta imune à vacina em pessoas de 56 a 69 anos, com mais de 70 anos e em crianças com idade entre 5 e 12 anos

Essa avaliação em grupos separados é importante e necessária porque a resposta imunológica de crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas pode ser diferente daquela gerada por adultos saudáveis. Por isso, a aprovação da indicação da vacina depende de testes feitos em todos os grupos.

 

Será o controle da doença?

Para ser considerada eficaz, uma vacina contra o SARS-CoV-2, nome oficial do novo coronavírus, deve ser capaz de oferecer proteção por um período mínimo de seis meses após a aplicação de uma ou duas doses. Além disso, é fundamental que ela seja capaz de reduzir a transmissão do vírus e funcione em populações-alvo, incluindo idosos e pessoas com outras condições de saúde.

 

Como a vacina de Oxford vai ser aplicada no Brasil!

O ideal seria obter mais de 90% de imunidade, com apenas uma dose, e para a vida toda. Entretanto, pouquíssimos imunizantes já disponíveis preenchem esse critério. Um exemplo disso é a vacina contra a febre amarela. Mas em tempos de pandemia, a Organização Mundial da Saúde  definiu como mínimo aceitável para aprovação da vacina uma eficácia de 50%.

 

“Uma eficácia acima de 55%, por exemplo, ajudaria a controlar a doença, mas não exterminar. É o caso da vacina de malária.”, diz o infectologista e epidemiologista Bruno Scarpellini, da PUC do Rio de Janeiro.

Além da eficácia da vacina em si, a cobertura vacinal e o esquema de vacinação tem impacto direto para o controle da doença. “Para alcançar a imunidade de rebanho de uma vacina com no mínimo 70% de eficácia, é preciso de 70% da população esteja imunizada.

 

Como a vacina de Oxford vai ser aplicada no Brasil!

Mas o ideal é manter a cobertura vacinal acima dos 80%. Quanto maior a nossa capacidade mantida de vacinação, maior a capacidade de erradicação da doença.”, explica Scarpellini.

Uma vacina dose única tem múltiplas vantagens, além de aumentar a quantidade de pessoas que podem ser vacinadas, a dose única aumenta a adesão da população à vacina.

 

“Conforme aumenta o número de doses, cai a adesão”, afirma o infectologista. No entanto, parece que as opções disponíveis atualmente estão caminhando para a necessidade da aplicação de duas doses.

No caso da população brasileira, imunizar 70% da população total do país equivale a 146,6 milhões de pessoas. O acordo de transferência de tecnologia firmado com a Astrazeneca prevê a produção da vacina pela Fiocruz, que está se preparando para produzir mensalmente até 40 milhões de doses contra a Covid-19.

 

Isso significa que em pouquíssimo tempo, pouco mais de cinco meses após o início da produção, toda a população brasileira estará imunizada.