Garimpeiros que agem ilegalmente na região da Amazônia podem comprometer a maior e mais moderna estrutura de energia elétrica do país. Para a logística do minério explorado, uma rota que passa embaixo do linhão de 2.076 quilômetros de extensão, que distribui a energia da hidrelétrica de Belo Monte, está gerando riscos graves de derrubada das torres. Caso isso ocorra, um apagão será gerado a nível nacional.

 

Denúncias a garimpos ilegais

De acordo com informações apuradas pelo jornal Estadão, a concessionária que administra a linha de transmissão, a Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), empresa que pertence à chinesa State Grid, em parceria com a Eletrobrás, fez uma série de denúncias recentes para as autoridades brasileiras. Nos conteúdos, constam o surgimento de dezenas de garimpos ilegais, os quais ameaçam comprometer a estrutura de abastecimento elétrico do país.

Chang Zhongjiao, presidente da concessionária, em documento formal, alerta expressamente sobre os garimpos que se formaram nos municípios de Marabá, Parauapebas, Itupiranga e Curionópolis, todos no Pará, próximos do local de acesso à hidrelétrica que foi erguida no rio Xingu, em Altamira.

 

Comprometimento do solo

Para a prática do garimpo ilegal, máquinas pesadas são utilizadas para a remoção de grandes quantidades de terram com o auxílio de jatos de água, sem nenhum tipo de planejamento. Com isso, o solo está se comprometendo a níveis drásticos.

 

Caso ocorra a queda de uma das torres, é provável que aconteça uma paralisação imediata de boa parte da energia elétrica que alimenta os estados da região Sudeste. Há ainda o risco deste apagão tomar proporções nível nacional, tendo em vista que uma das linhas de transmissão passou a ser incorporada ao sistema interligado de energia, como um dos eixos centrais.