Com a pandemia, a saúde mental obteve mais atenção tanto dos pacientes, quanto dos profissionais da saúde. Profissionais ouvidos por ESHOJE apontam que os casos de ansiedade, por exemplo, que afeta cerca de 18 milhões de pessoas no Brasil, sendo 9% da população, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aumentaram entre ambos.

Para a psicóloga Amanda Stein Reis, a pandemia evidenciou o que as pessoas deixavam de lado em tempos considerados normais e não cuidavam. “Foi como se começassem a dar importância para o que antes fingiam não existir. Com a pandemia e o isolamento social, não deu mais para esconder”, comenta.

A psicóloga explica que a procura por terapia aumentou diante a Covid-19, mas enfatiza que tratar com importância a saúde mental é cuidar si e requer atenção sempre.

“No início, houve um aumento de casos de ansiedade, porque as pessoas não sabiam lidar com a situação. Por isso, é importante sempre dar atenção à saúde mental. Da mesma maneira que procuramos um cardiologista, devemos prevenir as doenças relacionadas ao emocional. Cuidar da saúde mental é cuidar de si”, comenta.

E não foram só os pacientes que necessitaram de atenção. A psicoterapeuta Janine Franca Bastos comenta que a ansiedade aumentou, principalmente, entre os profissionais.

“Muitos deles, por conta da rotina, acabam negligenciando a própria saúde. Costumamos dizer que o que já existia só aumentou durante a pandemia. É como se fosse uma panela de pressão, que fez com que aumentassem os sintomas que antes eram deixados de lado. Foi impactante tanto para o paciente quanto para o profissional”, diz.

A profissional explica que as principais causas partem do medo de lidar com o novo. “Geralmente, questões de síndrome de ansiedade e do pânico são causadas por não saberem como agir em um momento de tantas possibilidades. Notei que quem já fazia o tratamento há mais tempo teve mais controle para passar pela situação”, enfatiza.

A psicóloga Amanda dá dicas sobre como passar por momentos de pressão, a exemplo da pandemia atual, baseadas em três principais questões: alimentação, práticas físicas e interações.

“Não fiquem sozinhos. Procure pessoas para falar sobre o que está sentindo. Hoje em dia existe a terapia online, que é uma ótima proposta acessível. Se não tiver condições, converse com amigos, familiares, procure alguém que te faça sentir confortável. São muitos meses de isolamento, então tente não ficar demais em frente as telas – celular, computador, televisão – pois causa ainda mais ansiedade. Pratiquem exercícios e cuidem da alimentação”, orienta.