O médico João Pedro Feitosa, voluntário brasileiro da pesquisa da vacina contra a Covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, morreu por complicações da doença. Contudo, ele não havia recebido doses reais da vacina e fazia parte do grupo de controle, ao qual um placebo é administrado. A informação foi confidenciada por um parente de Feitosa à agência Bloomberg nesta quarta-feira (21). A fonte não foi identificada. 

A morte foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Estadão com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O órgão diz ter sido comunicado sobre o falecimento na terça-feira, 19. "Foram compartilhados com a agência os dados referentes à investigação realizada pelo Comitê Internacional de Avaliação de Segurança", disse a agência, em nota.

A reportagem procurou a AstraZeneca, a Anvisa e o Ministério da Saúde e aguarda retorno. A vacina de Oxford está sendo testada no Brasil desde junho. A estimativa é que 10 mil voluntários brasileiros sejam incluídos no braço nacional do ensaio clínico. Metade deles tomará duas doses da vacina em testes e a outra metade receberá placebo.

A AstraZeneca pontuou, em nota, que não pode comentar casos individuais. "Obedecemos estritamente à confidencialidade médica e às regulamentações relativas a estudo clínicos e, em linha com esses princípios, podemos confirmar que todos os processos de revisão exigidos foram seguidos", diz o texto.