Uma criança de três anos, que teve 100% da cabeça queimada após um acidente doméstico com uma panela de óleo quente, já passou por oito cirurgias. O pequeno Marcos Levi Ruiz Pontes é morador de Guarujá, no litoral de São Paulo, e, segundo a mãe, ficou com cicatrizes em 30% do corpo, necessitando usar uma roupa compressora para tentar aliviar as marcas. Atualmente, o sonho dele é ter uma roupa de Homem-Aranha.

Em entrevista ao G1 nesta sexta-feira (22), Alice dos Santos Ruiz, de 19 anos, explica que o acidente ocorreu quando o filho tinha apenas dez meses, durante uma viagem à casa do irmão dela, na Capital. “Ele nunca tinha engatinhado e começou naquele dia. Foi em direção ao fogão e ficou em pezinho. Nisso, ele agarrou na panela, que caiu com óleo quente nele”, afirma.

Marcos foi socorrido para um hospital de São Paulo, onde recebeu atendimento de emergência. O óleo quente atingiu parte do peito, braços e 100% da cabeça. Ele ficou internado por cerca de três meses e, durante esse período, teve que passar por oito cirurgias de enxerto de pele, tendo que tirar pele até da perna, conforme informou a mãe.

“Foi um milagre ele ter sobrevivido às queimaduras. Ninguém me dava esperanças, nem os médicos”, afirma. Atualmente, o menino passa por acompanhamento com um médico cirurgião a cada três meses, na cidade de São Paulo, para saber como estão as cicatrizes e se as marcas estão melhorando.

“A previsão é de que ele passe por uma nova cirurgia com quatro anos. Provavelmente será capilar, também para desgrudar a axila, que ele ficou com um pedacinho do braço grudado no peito, e para tirar as queloides”, explica.

 

Sonho

O menino vive muito bem, conforme relata a mãe. “Como qualquer criança normal. Não tem dores, não perdeu movimentos”. Para diminuir as cicatrizes no corpo, o menino precisa usar uma malha compressiva – que auxilia na recuperação das marcas – e uma placa de silicone, ajudando a pele a ficar mais lisa.

Alice explica que eles precisam de uma nova malha, mas que o sonho do filho é que ela seja igual ao uniforme do Homem Aranha, personagem dos quadrinhos pelo qual ele é apaixonado. As malhas não são fornecidas pelo Sistema Único de Saúde e um modelo para o corpo inteiro pode chegar a R$ 1 mil.

Para conseguir comprar uma nova roupa, como o menino quer, a mãe fez uma campanha virtual, já que está desempregada. “Compramos uma só para a cabeça, que custou mais de R$ 200. Perguntei qual queria e ele disse que era do Homem Aranha. Ele é fanático”, finaliza.