O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender “tratamento precoce” contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A medida não tem amparo científico.

 

 

Nesta segunda-feira (5/4), o chefe do Executivo federal compartilhou, em redes sociais, um vídeo em que o prefeito de Chapecó (SC), João Rodrigues (PSD), defende o uso de remédios sem eficácia comprovada.

 

 

“Não tenham medo, tratem os pacientes com tudo o que é possível. Pela ciência também, claro que sim, mas permita que os médicos que querem fazer o tratamento precoce façam. Isso que fizemos em Chapecó. Um laboratório específico só para tratamento precoce”, destaca o prefeito.

 

Na gravação, João Rodrigues conclama que outros prefeitos e governadores adotem medidas semelhantes.

 

O gestor municipal ainda completa: “A prioridade é salvar vidas. Vamos voltar à nossa normalidade, trabalhar. A economia não pode parar”.

 

 

 

“Ouçam o prefeito de Chapecó”, disse Bolsonaro, ao compartilhar o vídeo. O mandatário da República é um defensor do tratamento precoce, mas tem sofrido pressão para abandonar o discurso.

 


 


 

AMB desaconselha

 

 

 

 

A declaração de Bolsonaro ocorre após a Associação Médica Brasileira (AMB) divulgar um boletim em que desaconselha o uso de remédios sem eficácia contra a Covid-19. Ao todo, 80 entidades médicas assinam o documento.

 

 

 

“Reafirmamos que, infelizmente, medicações como hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da Covid-19, quer seja na prevenção, na fase inicial ou nas fases avançadas dessa doença, sendo que, portanto, a utilização desses fármacos deve ser banida”, diz o texto.

 

 

 

Em 24 de março, depois de reunião com integrantes dos poderes Legislativo e Judiciário, governadores e ministros, o presidente também defendeu o tratamento precoce contra a Covid-19.

 

 

 

O Brasil tem registrado sucessivos recordes em relação à Covid-19, o que tem chamado a atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao todo, o país tem mais de 13 milhões de casos e 331 mil óbitos em decorrência da doença. O Ministério da Saúde aplicou 21,1 milhões unidades da vacina (entre primeira e segunda doses). Atualmente, a nação brasileira é o epicentro da pandemia.