Em artigo publicado no Journal of the Royal Society of Medicine, o professor Alexandre Steiner, do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), propõe que os médicos repensem a administração de antitérmicos nos estágios iniciais da Covid-19.

 

 

De acordo com o pesquisador, a febre tem um importante papel não só no combate de infecções como no desenvolvimento da memória imunológica, que é criada após o primeiro contato com um agente infeccioso.

 

 

“Dois ensaios clínicos randomizados, duplo-cegos e controlados por placebo em voluntários infectados com rinovírus, mostraram que o uso de paracetamol ou dipirona está associado ao prolongamento da eliminação viral. Em um desses ensaios, dipirona e paracetamol demonstraram suprimir a resposta de anticorpos neutralizantes e, paradoxalmente, piorar os sintomas”, afirma o professor no artigo.

 

 

Tratamento precoce

 

 

O médico Dr. Roberto Bastos, que atua em Cachoeiro de Itapemirim (ES), defende o tratamento precoce e o uso da hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina no combate ao Covid. Ainda alerta contra o uso da dipirona.

 

 

“Após o contato com coronavírus as pessoas podem apresentar os sintomas iniciais de 2 a 7 dias. Essa fase chamamos de ‘replicação viral’. O tratamento para essa fase é usar medicamentos que vão ajudar a diminuir a quantidade de vírus no organismo. A receita é tomar dois comprimidos de hidroxicloroquina de 400mg no primeiro dia, e nos próximos 5 dias tomar um por dia. Temos também a ivermectina, que é um comprimido para cada 30 quilos de peso e a pessoa vai tomar essa dosagem por 4 dias seguidos. E a azitromicina de 500mg, tomar um comprimido diário durante 5 dias. Associando a vitamina C, D e zinco, que potencializa a ação da hidroxicloroquina”, explicou.

 

 

 

“Essas histórias que a hidrocloroquina e a ivermectina são prejudiciais a saúde são uma falácia. A dipirona que está sendo prescrita pelos Postos de Saúde é proibida nos Estados Unidos. Temos que conscientizar a população que peça ao médico essas medicações do kit, que são comprovadamente eficazes e seguras. São drogas usadas a muitos anos para o tratamento de malária e verminoses e com comprovação científica que são eficazes no tratamento da Covid-19”, concluiu o médico.

 

 

 

A dipirona foi proibida nos EUA há trinta anos, após estudos terem revelado que seu uso ocasionaria uma doença fatal, a agranulocitose, que se caracteriza pela redução da quantidade de glóbulos brancos no sangue. Glóbulos brancos (leucócitos): são responsáveis pela defesa do nosso organismo contra agentes infecciosos como vírus ou bactérias e também nos protegem contra substâncias estranhas.

 

 

Dados

 

 

 

Segundo dados apresentados pelo deputado estadual Carlos Von, os números da crise na saúde pública do Espírito Santo são estarrecedores. “91% dos pacientes intubados no Espírito Santo foi a óbito. Isso coloca o Espírito Santo junto com Alagoas, na pior posição do Brasil. Estamos com o número de óbitos 20% acima da média nacional”, afirmou o parlamentar.

 

 

 

Agravamento

 

 

 

Sem um tratamento adequado nas fases iniciais os infectados tem inclinação ao agravamento da doença. Com isso, precisarão de internação para tratar o vírus. E os hospitais já estão trabalhando no limite, praticamente sem vagas em UTIs.

 

 

 

Nas últimas 24 horas batemos o novo recorde de mortes no Espírito Santo, 110 pessoas perderam a vida para o Covid.