Uma criança de dois anos, que estuda na EMEB Zeni Pires Ferreira, escola municipal do bairro Amaral, em Cachoeiro, sofreu uma “trinca” no osso do braço. A suspeita é de que o menino tenha sido agredido pela professora na sexta-feira (28).

A denúncia foi feita pela mãe, Jéssica Vieira Felix, de 23 anos, que, acompanhada de um conselheiro tutelar, registrou boletim de ocorrência na delegacia na terça-feira (1).

A mãe conta que recebeu uma ligação da própria professora dizendo que um coleguinha havia caído sobre o seu filho e que ele estaria se queixando de dor em um dos braços, não permitindo que ninguém encostasse nele.

Desconfiada da versão da professora, Jéssica conta ter pedido para ver as imagens da câmara de segurança da sala de aula do filho, mas foi informada que apenas a Secretaria de Educação poderia liberá-las, momento em que recorreu ao Conselho Tutelar.

O conselheiro tutelar Jessé Pereira Martins, do Conselho Tutelar Regional 2,  foi quem assistiu as imagens da sala de aula da criança.

Segundo ele, foram muitas horas, até que pudessem ver o que de fato aconteceu. A criança foi encaminhada ao médico e o caso será encaminhado também ao Ministério Público.

“Foi um caso nítido de agressão. A forma como a professora foi advertir o aluno, que estava passiva e tranquilamente sentado no chão, tentando calçar a sandália da coleguinha, foi absurda”, enfatiza.

Jessé conta que a professora arrasta o menino pelo braço de qualquer jeito, e quando ele volta para o chão dá para perceber que ele já está sentindo dor no bracinho, começa a dar uns pulinhos e a segurar o braço chorando.

“Mesmo assim, ela vem, sacode o menino bruscamente, e depois carrega de novo pelo braço até o final da sala. Sem nenhum motivo aparente”, enfatiza.

O conselheiro destaca que a criança estava quieta no chão. “Não era uma criança que estava correndo, que estava pulando, não estava subindo em nada. O tempo todo da filmagem que acompanhamos, antes e depois, ele está comportadinho”, ressalta.

O conselheiro tutelar faz questão de frisar que nada justifica a atitude da professora, que não poderia agredir uma criança mesmo que ela estivesse fazendo bagunça.

“É inadmissível a conduta desta professora. É revoltante. Assistimos horas e horas antes da agressão. Ela dá banho nas outras crianças e quando se dirige à vítima, já chega com toda esta agressividade”.

A mãe diz que gostaria que a prefeitura estivesse mais atenta ao que acontece com as crianças na sala de aula. E aconselha às mães que estejam atentas, observem os filhos e investiguem o que acontece com eles na escola.

Jéssica conta que se sente muito mal e impotente por não ter conseguido impedir que seu filho de apenas dois anos passasse por esse sofrimento tão grande. “Espero que isto não fique assim e que as providências sejam tomadas pela Prefeitura”,

Mesmo acostumado a lidar com casos de agressão contra crianças e adolescentes, o conselheiro Jessé Martins está abalado, diante da fragilidade da criança e agressividade da professora. “Não sei o que poderíamos encontrar nas imagens da câmera se estendêssemos a nossa busca para outros dias”.

A secretaria de Educação de Cachoeiro informou, em nota, que condena a atitude da servidora e já está tomando todas as medidas necessárias para apurar o caso.