O número de famílias capixabas usando fogão a lenha ou a carvão cresceu no último ano. Já são mais de 153 mil residências que têm como principal fonte para o preparo de alimentos esse tipo de combustível sólido. Segundo especialistas, a renda das famílias vem diminuindo e a evolução salarial do trabalhador não está acompanhando o preço do gás de cozinha e de outras despesas domiciliares, que dispararam nos últimos anos.
 

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), do IBGE, divulgada ontem, o número de moradias que usam esse tipo de fogão no Espírito Santo cresceu 11,22% no ano passado. Em 2017, 135.885 famílias tinham fogão a lenha ou a carvão. Em 2018, disparou para 153.066.
 

Já em todo o país, um quinto das famílias utilizam lenha ou carvão para cozinhar. Em 2018, 14,06 milhões de residências preparavam os alimentos desta maneira, já em 2017 eram 12,22 milhões. Em um ano, o número cresceu 13,07%.
 

O orçamento das famílias está ficando apertado devido ao aumento das despesas. No Estado, por exemplo, o gás de cozinha acumula um aumento de 18,24% desde janeiro de 2017. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), naquele início de ano, o botijão de 13 kg era comercializado, em média, a R$ 52,94. Em janeiro deste ano, o preço médio passou para R$ 64,75.
 

Outro problema que atingiu em cheio a renda doméstica foi o fator desemprego. O índice de desocupados no Estado, de 2016 para 2019, saltou de 11,1% para 12,1%, segundo a Pnad-C do primeiro trimestre deste ano.