O capixaba Wemerson da Silva Nogueira, eleito o "Professor Nota 10" no ano de 2016 em uma premiação nacional, está proibido por lei de ingressar em qualquer instituição de ensino do Espírito Santo pelos próximos cinco anos. 


De acordo com a Secretaria de Educação (Sedu), Wemerson já não tinha mais vínculo com o órgão porque tinha um cargo de Designação Temporária (DT).


A declaração foi publicada pela Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger) no Diário Oficial no dia 8 de outubro. 


O corregedor da Sedu Tarcísio Batista Bobbio explica que a publicação esclarece a incompatibilidade de Wemerson de exercer a função de cargo público no Estado pelos próximos cinco anos. Se ele fosse professor efetivo, seria exonerado.


"O servidor, quando mantém um vínculo com a Sedu e comete um ato ilícito, tem como pena a demissão. A demissão é a pena acessória à incompatibilização dele com o cargo. Não pode retornar de dois a cinco anos. Ele não estava com esse vínculo ativo mais. Era professor temporário", explicou.

 

'Enganação'

 

O ato ilícito cometido por Wemerson foi o uso de documentos falsos de professor — um diploma de licenciatura para o curso de Química e outro diploma, também em licenciatura, do curso de Ciências Biológicas. "Nesse caso, a pena da incompatibilização tem que ser aplicada. É o que pune. A pessoa ficar sem poder retornar", finalizou.


O CASO

 

Em outubro de 2016, o capixaba Wemerson da Silva Nogueira, de 26 anos, ganhou o Prêmio Educador Nota 10. No início de 2017, foi o único brasileiro a concorrer ao Global Teacher Prize, considerado o Nobel da Educação. 


Recebeu, ainda, o Prêmio Professores do Brasil do Ministério da Educação (MEC). Era convidado para dar palestras por todo país. 


Parecia seu melhor momento profissional, até ser investigado pela Sedu pelo uso de diploma falso.

 

Wemerson era professor em Designação Temporária (DT), na Escola Estadual Antônio dos Santos Neves, na cidade de Boa Esperança. Na época em que começou a ser investigado, alegou ser vítima de um golpe. 

 

No mesmo mês, por meio seu advogado, a Unimes afirmou que o diploma de Wemerson era falso e que não havia registro de matrícula no nome dele na universidade.