Com mais de 82% dos leitos de UTI para Covid-19 ocupados no Espírito Santo, o governador Renato Casagrande (PSB) disse, nesta quarta-feira (3), que alguns municípios devem começar a se preparar para possíveis mudanças no funcionamento do comércio.

Isso porque, segundo ele, é provável que na próxima semana todas as cidades sejam classificadas como risco moderado ou alto para o contágio de coronavírus, conforme a Matriz de Risco.

As mudanças na classificação implicam na adoção de medidas mais restritivas, obedecendo à situação de cada grupo de municípios. Na classificação válida até domingo (7), 12 cidades estão em risco alto, 52 em risco moderado e 14 em risco baixo.

“A pressão sobre o sistema de saúde está muito forte. Nós já passamos de 80% de número de leitos de UTI ocupados no Espírito Santo. Perdurando isso para a semana que vem, é bom que os municípios comecem a se preparar, porque todos os municípios estarão em risco moderado ou alto. Não teremos risco baixo. Isso exigirá mudança no funcionamento das atividades econômicas”, disse Casagrande.

Atualmente, nos municípios de risco alto, o comércio de rua funciona de forma alternada, das 10h às 16h, de segunda a sexta-feira. Já o risco moderado prevê o funcionamento das lojas em turnos.

Risco extremo

A classificação mais grave é chamada pelo governo de risco extremo. Nenhum município entrou nesse grupo até hoje. Segundo o governador, as determinações para esses casos ainda estão sendo definidas.

“Estamos definindo quais medidas serão adotadas se um município atingir o risco extremo. Risco extremo é uma limitação maior das atividades econômicas. Espero que a gente não chegue a isso”, disse.

Por conta das alterações previstas para a próxima semana, o governo já agendou reuniões com os prefeitos, na sexta (5), e com o Ministério Público, nesta quinta (4).

Isolamento

O governador voltou a cobrar que a população contribua obedecendo ao isolamento social. Diante do aumento do número de casos da doença e da lotação nas UTIs, a queda na interação social é defendida veementemente pela autoridade.

“Ainda vemos pessoas que não abrem mão do seu lazer. Para o comércio funcionar, é preciso que as pessoas abram mão do lazer, da vida social. Nós temos as medidas definidas com muita clareza na nossa matriz de risco”, disse.