Passados mais de quatro meses de escolas fechadas pela pandemia do coronavírus, muitas creches correm o risco de fechar. Segundo o Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe), a estimativa é que 60% a 80% sejam encerrados pelos pais, principalmente no caso de crianças entre 0 e 3 anos, quando a matrícula em escola ainda não é obrigatória.

 

Para o superintendente do Sinepe, Geraldo Diório, quando mais demorar o retorno, mais evasões vão ocorrer. “Vamos ter escolas que não vão ter condições de reabrir. Muitos pais tiraram as crianças da escola na fase da vida em que as crianças estão na capacidade máxima de aprendizado. Também estamos preocupados com o retorno,  porque é preciso manter o vínculo dos alunos com a professora e exercitar o aprendizado”, afirma.

 

Por conta da crise, um grupo de 30 proprietários de escolas organizou uma carreata que percorreu ruas da capital pedindo a retorno das atividades da educação infantil. Ana Beatriz Falcão, diretora do Centro Educacional Anjinho Dourado, que esteve na carreata, disse que a escola tem sofrido com muita evasão e há possibilidade de demissão de muitos funcionários. “Não tivemos nenhum apoio por parte do governo, como, por exemplo, a redução de impostos. Empréstimo ninguém conseguiu pegar”, ressaltou. Além disso, ela disse que as crianças estão ficando sem apoio pedagógico e cuidado, porque muitos pais estão voltando a trabalhar. “As escolas vão cumprir os protocolos de saúde, com menos alunos por turma, horário reduzido, mas precisamos ter o apoio das famílias”, frisou.

 

Diório, do Sinepe, também disse que as escolas já estão preparadas para o retorno, com protocolo de segurança. A quantidade de alunos que a escola vai receber será limitada, e também será reduzida a interação entre as crianças. Aquelas que tiverem  comorbidades não deverão frequentar a escola.

 

Outra medida que as escolas já estão avaliando trata da retomada do fluxo de trabalho à normalidade. Segundo Diório, as escolas estão se preparando para alternar o planejamento do próximo ano e compensar o que foi perdido em 2021. Pode ser que a carga horária seja aumentada e readequados os cronogramas das disciplinas em 2021, com o objetivo de atualizar os conteúdos deste ano.