A última atualização do Monitor de Secas, da Agência Nacional das Águas (ANA), aponta que, no Espírito Santo, o nível de seca subiu de 46,86% para 52,29% em setembro.

Segundo a Agência, as chuvas acumuladas no trimestre ficaram abaixo da média, o que refletiu na piora dos indicadores e motivou uma pequena expansão da área de seca fraca no sul capixaba. Mesmo assim, a situação do estado é a melhor no Sudeste, em setembro.

Ainda de acordo com a ANA, o monitoramento de setembro indica o aumento das áreas com seca em outras 13 das 19 unidades da Federação acompanhadas: Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins.

A redução de áreas com o fenômeno aconteceu somente no Rio Grande do Sul. Três estados que passam por forte seca permaneceram com 100% dos territórios com o fenômeno em setembro: Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. A Bahia se manteve no patamar de 68%.

Em termos de severidade do fenômeno, o Distrito Federal e 11 estados tiveram o agravamento da seca entre agosto e setembro: Alagoas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Tocantins.

A situação de seca mais severa registrada em setembro – seca extrema – aconteceu em Mato Grosso do Sul (24,08% do território), Paraná (8,6%) e Minas Gerais (2,92%). Já o estado que registrou as melhores condições foi o Rio Grande o Norte, que teve a menor área com seca (33,54%) e somente na intensidade fraca.

Período

A ANA explicou que Setembro é, climatologicamente, seco em grande parte do Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste e Tocantins. As chuvas são inferiores a 30mm na maior parte dos estados nordestinos, norte de Minas Gerais, nordeste de Goiás, leste de Tocantins, Distrito Federal e centro-norte de Mato Grosso do Sul.

Já no Sul e em alguns pontos do litoral de Pernambuco, Alagoas e Bahia, os volumes médios mensais de chuvas oscilam entre 120mm e 250mm.

Os maiores volumes de precipitação registrados em setembro de 2020, com valores acima de 150 mm, ocorreram em parte do Rio Grande do Sul, no sul e planalto catarinense, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e em alguns pontos no leste da Bahia. Por outro lado, houve ausência de precipitação ou acumulados inferiores a 30 mm em grande parte dos estados onde setembro é considerado um dos meses mais secos do ano.

As maiores anomalias de chuvas abaixo da média aconteceram em grande parte do Paraná e de Santa Catarina, além do noroeste e norte do Rio Grande do Sul. Em contrapartida, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o extremo sul catarinense e boa parte do Rio Grande do Sul (leste e região central) tiveram os maiores registros de precipitações acima da média. Nas demais áreas, as chuvas ficaram próximas da média de setembro.

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses.

Acima desse período, os impactos são de longo prazo. A ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.