O Senado aprovou na última quinta-feira (15), um projeto que prevê o afastamento de gestantes do trabalho presencial durante a pandemia.

 

 

 

O projeto, de autoria da deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), já foi aprovado pela Câmara em agosto do ano passado.

 

 

 

Com a aprovação no Senado, segue para a sanção pelo presidente Jair Bolsonaro.

 

 

 

 

Pelo texto, durante o estado de emergência de saúde pública provocado pelo novo coronavírus, a trabalhadora grávida deverá permanecer afastada do trabalho presencial, sem prejuízo de sua remuneração.

 

 

 

 

 

A gestante afastada, segundo a proposta, ficará à disposição para exercer as atividades de casa, por meio do teletrabalho, trabalho remoto ou outra forma de trabalho à distância.

 

 

 

 

 

 

“A trabalhadora [grávida], além de necessitar de cuidados especiais para a preservação de sua saúde, tem que adotar todas as medidas possíveis para a proteção da vida que carrega. Não pode, em um momento como o ora vivenciado no país, ficar exposta a este terrível vírus, que pode ceifar a sua vida, a de seu filho, bem como arrasar o seu núcleo familiar”, afirmou a relatora do projeto no Senado, Nilda Gondim (MDB-PB).

 

 

 

 

Estou grávida. O que fazer?

 

 

 

A OMS recomenda que a mulher tome algumas precauções e preste bastante atenção a possíveis sintomas de covid-19.

 

 

 

 

Os cuidados são os mesmos que devem ser seguidos pelo resto da população:

 

 

 

 

  • Lavar as mãos com frequência com água e sabão ou álcool gel
  • Manter uma distância segura de outras pessoas
  • Evitar encontros, reuniões e aglomerações com indivíduos que não fazem parte de seu convívio diário
  • Usar máscara toda vez que precisar sair de casa
  • Evitar tocar os olhos, o nariz e a boca
  • Praticar etiqueta respiratória: cobrir boca e nariz com o braço ou com lenço descartável toda vez que tossir ou espirrar

 

 

Dal Ben destaca que os cuidados não devem ser redobrados apenas pelas gestantes, mas por todo mundo que têm contato com elas.

 

 

 

 

"Chamamos isso de proteção de ninho. Quem convive com essas mulheres precisa, na medida do possível, usar máscaras sempre, sair o mínimo possível e reforçar todas as ações preventivas", sugere a médica.

 

 

 

 

 

Mesmo na pandemia, é essencial fazer o pré-natal e todos os exames de acompanhamento

 

 

 

 

 

Outra dica importante é ficar de olho em qualquer sintoma sugestivo de uma infecção por coronavírus, como tosse, febre, falta de ar, perda de olfato e paladar, problemas gastrointestinais.

 

 

 

 

 

Se esses incômodos aparecerem, vale consultar o médico e pedir orientações sobre a necessidade ou não de fazer um teste de diagnóstico.

 

 

 

Falando em profissional da saúde, todas as entidades nacionais e internacionais reforçam que o acompanhamento pré-natal é algo que não pode ser ignorado: o casal deve passar pelas consultas e exames que garantem o bom andamento da gestação.

 

 

 

Algumas dessas orientações e atendimentos, inclusive, podem até ser feitos à distância, por meio de aplicativos de videochamada.

 

 

 

E quando houver a necessidade de ir até uma clínica ou hospital para realizar exames, é necessário que os futuros pais sigam todas as recomendações que diminuem o risco de contágio, como uso de máscaras e o distanciamento social.

 

 

 

 

E os bebês?

 

 

 

A boa notícia é que as crianças não são particularmente afetadas pela infecção — nem antes e muito menos depois do parto.

 

 

 

Até o momento, um quadro de covid-19 ao longo da gestação não parece estar envolvido com casos de aborto espontâneo ou problemas no desenvolvimento do bebê.

 

 

 

A transmissão do vírus da mãe para o feto ou para o recém-nascido também é algo raro.

 

 

 

Uma pesquisa conduzida pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, não encontrou indícios do coronavírus em 127 amostras de plasma sanguíneo, cordão umbilical ou placenta.

 

 

 

Os achados foram publicados no Journal of the American Medical Association.

 

 

 

Uma outra investigação, realizada na Universidade da Califórnia em São Francisco (EUA), também observou que os recém-nascidos não apresentam complicações após suas mães serem diagnosticadas com covid-19.

 

 

 

 

A doença não alterou parâmetros importantes na hora do parto e nas primeiras oito semanas de vida, como peso ao nascer, dificuldades para respirar, quadros de apneia ou o aparecimento de infecções no sistema respiratório.

 

 

 

 

 

O que a ciência já sabe

 

 

 

Os nove meses de gestação são marcados por uma série de mudanças no corpo da mulher.

 

 

 

 

O sistema imunológico, por exemplo, sofre várias alterações. O objetivo é evitar que as células de defesa ataquem o feto, pois metade das informações genéticas que ele carrega vem do pai e não é familiar ao corpo da mãe.

 

 

 

 

Seguindo essa lógica, o bebê em desenvolvimento não deixa de ser um "corpo estranho", que pode gerar uma resposta imune indesejada. E isso exige certas adaptações do organismo feminino.

 

 

 

Outra área afetada ao longo dos nove meses é a respiração. Conforme o útero cresce, ele começa a pressionar os órgãos do abdômen e o diafragma, o músculo envolvido diretamente no processo de inspiração do oxigênio e de expiração do gás carbônico.

 

 

 

 

 

Logo, não é de se estranhar que doenças infecciosas que afetam os pulmões sejam particularmente preocupantes nas grávidas: esse mix de comprometimento imunológico e respiratório as coloca numa situação de relativa vulnerabilidade.

 

 

 

 

 

É justamente por isso que essas mulheres fazem parte dos grupos prioritários das campanhas de vacinação contra a gripe que acontecem todos os anos no Brasil.

 

 

 

Como o coronavírus ataca o corpo: